Há uma história que pouca gente conhece: O Nenete foi parceiro do Luizinho. Cantou e gravou com o nome de Limeira no Trio Luizinho, Limeira e Zezinha entre 1952 a 1.954. Quando ele deixou o trio, em final de 54, eles estavam ensaiando duas músicas com esperança de grande sucesso. Uma era esta “O Milagre das Rosas”, a outro “O Menino da Porteira”. A separação foi amigável e os dois se entendiam bem. Como as duas músicas eram promessas de muito sucesso, combinaram; o Luizinho ficaria com “O Menino da Porteira” e o Nenete levaria consigo “O Milagre das Rosas”. Assim que deixou o trio o Nenete encontrou seu novo parceiro e formou sua nova dupla – Nenete e Dorinho. Esta é considerada a primeira gravação de Nenete e Dorinho porque está no lado A do primeiro disco lançado com a dupla. 78 rotações – 80.1490 gravado em junho e lançado em setembro de 1.955. Participam desta gravação, além de Nenete e Dorinho, Alberto Calçada no acordeom, Carlinhos Mafasoli no órgão. Não sei quem faz os violões. Talvez sejam eles mesmos – Nenete e Dorinho. A parte declamada e feita pelo grande declamador José Ângelo de Campos – o Biguá.
O Milagre das Rosas
Parte Falada
Rainha Santa Isabel quando em seu reino vivia
Era a própria caridade a quem a mão lhe estendia
Apesar da sua riqueza a ninguém desconhecia
A nobre rainha santa a pobreza socorria
Porém, o rei soberano que na opulência vivia
Proibiu a rainha santa das esmolas que fazia
Dizendo que ela humilhava a nobre soberania
Mas quando o rei se ausentava Isabel aparecia
No meio dos camponeses que choravam de alegria
Por ver sua santa rainha que em seu avental trazia
Ouro, prata e alimento que com os pobres repartia.
Cantado
E foi num desses momentos
Que o rei apareceu
E no meio da pobreza
A rainha surpreendeu
O que faz aqui senhora
Sem consentimento meu?
O que traz nesse avental
Que ao me ver logo escondeu?
Responde a rainha santa
No jardim eu fui buscar
Um ramalhete de flores
Pra nossa mesa enfeitar
Ia indo pro castelo
E parei pra descansar
Mas o rei não acreditando
Pediu pra ela mostrar.
O avental então se abriu
E o rei estremeceu
Pois o milagre divino
Nessa hora aconteceu
Em lugar de ouro e prata
Castigando o rei ateu
Lindas rosas perfumadas
No avental apareceu.
Hoje em dia Santa Isabel
É uma santa poderosa
Sua igreja é o abrigo
Da pobreza religiosa
É a protetora do lar
Esta santa milagrosa
Todo mundo já conhece
Pelo milagre das rosas.
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