Espaço Aberto
Um blog sobre cultura isabelense em geral!
sexta-feira, 14 de novembro de 2025
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Pessoas trans e não binárias sempre existiram
Muitas pessoas citam frases como "pessoas trans e não binárias são invenções modernas de adolescentes, e sua cultura 'woke'". Entretanto, isso é errado demais, ao se pesquisar diversas culturas.
Inúmeras comunidades indígenas ao redor do mundo não definem o gênero pelo sexo, nem consideram um sistema binário de gênero. Mas as ideologias europeias foram espalhados e, muitas vezes, impostas às sociedades indígenas. Isso gerou um apagamento de existências, tradições, gêneros, etc.
Two-spirit: Termo para uma pessoa que tem tanto um espírito masculino, quanto um feminino. Sendo usado por alguns povos indígenas da América do Norte para descrever sua identidade sexual de gênero e/ou espiritual;
Muxes: Em Istmo de Tehuatepec, no México, a tradição indígena considera a existência de três gêneros: mulher, homem e muxe. Essa é a classificação de gênero entre zapotecas desde o tempos pré-hispânicos;
Fa'afafine e fa'afatama: Na ilha de Samoa, existem quatro gêneros reconhecidos: feminino, masculino, fa'afafine e fa'afatama. Esses dois últimos, são papéis de gênero fluidos que transitam entre os mundos masculino e feminino.
Xica Manicongo: Sequestrada no Congo e escravizada no Brasil, Xica é considerada a primeira travesti no país. Em 1591, foi perseguida e proibida de expressar sua identidade, sendo obrigada a se vestir de forma diferente do que desejava.
Fontes:
https://www.theindigenousfoundation.org/articles/the-history-of-two-spirit-folks
https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-47004853
https://nhm.org/stories/beyond-gender-indigenous-perspectives-faafafine-and-faafatama
terça-feira, 11 de novembro de 2025
segunda-feira, 10 de novembro de 2025
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
Figuras notáveis: Josué da Silva Ferreira
Nascido em 1950, Josué Ferreira relembra que seus primeiros contatos com a alfaiataria começaram logo na infância com as vivências de seu avô, também alfaiate, quando ainda viviam em Canavieiras, localizada no litoral sul da Bahia: “Meu avô já trabalhava na profissão lá no extremo-sul da Bahia. Eu já tinha contato com a alfaiataria desde pequeno”, disse.
Ele conta que o ofício nem sempre foi sua primeira opção: “mesmo conhecendo a profissão, não era o que eu queria”. Josué comenta que ao longo de sua adolescência, foi ajustador mecânico, ferramenteiro… mas a alfaiataria sempre esteve ao seu lado: “eu não conseguia ficar longe da alfaiataria! A proximidade me levou a escolher: eu sou alfaiate!”.
Aos 15 anos de idade e com a decisão, Josué se mudou para São Paulo, a fim de se profissionalizar na área: “Adentrei no mundo dos alfaiates e aprendi muito na Rua da Gávea, na Vila Mariana, Vila Maria… Convivi com os ensinamentos de figuras como Brasilino Thomazini, o alfaiate dos ‘craques’”, recordou.
Josué Ferreira acrescenta que as ‘ombreiras’, ‘telas’, ‘entretelas’, ‘forros bons’ e demais equipamentos o acompanham desde o início de sua carreira, onde a tecnologia manual predomina nas peças: “Não era tão moderno como hoje, que temos materiais que se ajustam às medidas do corpo. A roupa da alfaiataria é mais estruturada, então mesmo com a tecnologia atual, os equipamentos ainda nos acompanham até hoje”, é o que diz o Alfaiate que acompanhou a evolução de sua profissão.
Ao longo de sua jornada na alfaiataria percorreu diferentes oficinas, como na Avenida Doutor Arnaldo – em frente ao Hospital Emílio Ribas e na Rua Cachoeira, em Guarulhos, cidade onde conheceu sua esposa Débora Ferreira.
Josué também detalha que além da profissão, segue fielmente os caminhos da religião, que o fez escolher Santa Isabel como a cidade que chama de lar: “Essa é uma história muito interessante. Sou atuante na Igreja Batista, e o grupo queria iniciar um trabalho aqui na cidade. Eu e outro rapaz viemos conhecer, e eu fui gostando da cidade. Conheci o Doutor Bellini e o Doutor ‘Robertinho’, os primeiros que me incentivaram a construir a alfaiataria aqui no município”, disse.
Em Santa Isabel pôde continuar seus serviços como um dos únicos alfaiates do município, e passou seus conhecimentos para oito garotos, que hoje seguem o ramo da alfaiataria na capital do Estado e fazem parte dos mais de 3 mil alfaiates de São Paulo – segundo dados divulgados pela TV Brasil na última pesquisa, realizada em 2017.
Ao olhar para o passado, Josué da Silva Ferreira, hoje aos 73 anos, recorda de tudo o que a profissão o proporcionou, e de todos os que passaram pela sua vida. Atualmente, além de continuar atuando como Alfaiate na Avenida da República, nº 32, é casado com Débora Ferreira, dirige uma igreja no Jardim Eldorado, é pai de Ariane Cristina, Viviane Ferreira (in memoriam), Débora Cristina e avô de Aisha.
Questionado sobre o futuro da profissão, o Alfaiate afirma não ter medo do que os próximos anos reservam para a alfaiataria, mesmo com a ascensão da grande indústria: “Eu acredito que a profissão não vai parar. Eu vou parar porque a idade vai chegar, é inevitável, mas não parei ainda porque quero continuar sendo alfaiate”.
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