E quando penso: chega, buscarei o completo desapego!
Eis que toca nossa música, procuro refúgio
em meu travesseiro, e adivinhe
Lá encontro o seu cheiro, vou para a rua
Um drink ou dois deve matar essa fome
Mas no caminho os outdoors me lembram seu sorriso
E a menina do mercado tem o seu nome
Procuro uma sombra, peço a Deus que me livre
Abro um livro, Dostoiévski me dê um auxílio
Mas as letras dançam e não entram na cabeça
Amar assim deve ser um crime, penso
Viver sem notícias tuas, o meu castigo
Ver-te vertiginosamente em todos os lugares
Menos comigo não é bem o que eu esperava
Do destino, mas quem afinal espera o pior
De quem se quer tão bem?
Que desatino.
Por fim, percebo meio desolado que não há como
Escapar de algo tão violentamente impregnado
Dentro de mim.
Em minha mente, em meu coração
Em meus rins. Desejaria eu expulsar-te assim
Rápido e indolor, uma execução sumária
Uma injeção letal em nosso amor
Um belo verso em nossa lápide
Inda teria a consideração de compor
Uma pena isso não ser possível
Esse tipo de coisa não morre fácil, que problema!
Sentimento que se transmuta
Primeiro em dor
Depois em poema.
terça-feira, 25 de outubro de 2022
Post-Scriptum por Mavie S. Rosa
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