quarta-feira, 15 de setembro de 2021

A catira

A catira tem uma origem muito discutida. Alguns dizem que ela veio da África junto com os negros, outros acham que é de origem espanhola, enquanto estudiosos afirmam que ela é uma mistura com origens africana, espanhola e também portuguesa - já que a viola se originou em Portugal, de onde nos foi trazida pelos jesuítas.
A dança da catira é considerada a mais antiga manifestação da cultura caipira. Como dito, as versões sobre a origem do catira são muitas; a mais aceita é de que a catira é uma hibridização ocorrida entre os europeus e os índios nativos, remontando nos tempos da catequese, quando os jesuítas associavam as danças indígenas ao som da viola, de origem portuguesa, que aperfeiçoada, viera a formar a nossa afamada viola caipira para promover a pacificação e integração do índio através do entretenimento. Mas não nos esqueçamos que muitas vezes isso ocorria de forma violenta.
O catira era conhecido pelos indígenas como cateretê, que no tupi significaria algo como "dança religiosa".
Apesar de serem figuras violentas, os bandeirantes podem ser tratados como os primeiros caipiras do Brasil. E uma das bandeiras levantadas foi a expansão do território brasileiro. Com o contato deles, indígenas e jesuítas, o estilo foi difundido pela antiga Paulistânia (cultura, língua e tradições com origens em comum, que compõem o estado de São Paulo, parte dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Goías e Paraná). Tudo isso, não só através deles, mas também com boiadeiros e tropeiros.
Pois em seus lugares de repouso e descanso, era costumeiro praticar a dança.
Os ritmos mais antigos dela são o recortado e a moda de viola:
  • o recortado é dançado ao mesmo tempo em que a música toca. Como no caso da música Jogo da Douradinha;
  • já no moda de viola é dançado apenas entre os intervalos de uma parte da música para outra. Como em Peão de Tanabi. 
Tião Carreiro popularizou o ritmo do pagode, que é mais frenético e que mistura o recortado e a moda de viola na dança. 
Vieira e Vieirinha são tratados como os "reis da catira", popularizando essa dança.
A dança catira não se limita apenas em bater palma e sapatear, constituindo-se num estilo de vida de quem está dançando. Naquele momento o dançador se esquece de coisas ruins, trazendo assim muita alegria e descontração, além da dança servir também como identidade familiar para os integrantes do grupo.

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