sábado, 8 de julho de 2017

Fatos sobre a escravidão na cidade


Tratemos sobre o bairro 13 de Maio primeiramente. Esse é um bairro inteiro construído a partir da libertação dos escravos em 1888. Igrejas e monumentos erguidos com suor e sofrimento de trabalhadores negros. Tudo isso pode até passar despercebido pelo cenário urbano, mas a vida dos escravos faz parte da história da cidade de Santa Isabel.
Segundo os poucos documentos da cidade, o surgimento de bairros como o 13 de maio foi resultado da permanência de escravos na cidade. Maximinio Antonio de Camargo, era dono da maior fazenda da cidade, e co-fundador do Clube Abolicionista. Antes mesmo da assinatura da Lei Áurea, que deu liberdade aos escravos, ele havia deixado 189 deles livres. De acordo com a administração municipal o bairro teria surgido assim. Sem local para morar, os escravos foram se instalando nas dependências da fazenda de Camargo, trazendo danças e rezas típicas, como a congada e o moçambique. Uma herança física ainda presente na cidade é o obelisco criado no bairro. O monumento foi construído em 19 de fevereiro de 1888, pelos próprios escravos,então livres.
Outra construção que remonta a esse período quando existia é a Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat. Segundo o doutor Isaias Bueno, a igreja foi construída no século XVIII. Suas paredes são de taipa, erguidas com mão de obra escrava. Essa informação foi constatada através de um tijolo encontrado durante uma reforma no ano de 1712, diz o relatório que lista o conteúdo histórico dos pontos turísticos na cidade. Superando até mesmo, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. 
A Capela de São Benedito – padroeiro dos escravos – também teria sido construída por eles na cidade. Entretanto, não há documentos que comprovem a sua construção. Há ainda outros pontos famosos da cidade em que não há registro documental que comprove a passagem dos escravos, como a Rua Santa Cruz, onde supostamente praticava-se o comércio dos escravos que eram vendidos assim que chegavam de Minas Gerais e a Viela da Abolição, rua no bairro 13 de maio, que teria abrigado as primeiras casas após a libertação dos negros.

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