A música sertaneja, também conhecida como música caipira, boa parte dessa sonoridade tem como influências as fazendas de café, cana, entre outros e pastos de diversas áreas pecuárias. O termo provém do sertanejo, típico morador das áreas do sertão nordestino. Porém, a música em si deriva dos chamados caipiras (trabalhadores do interior) na região Sul. De qualquer modo há sim uma relação entre o Nordeste e São Paulo, já que em ambos sempre existiram pessoas que trabalhavam com agricultura e pecuária. E as músicas tratavam disso, histórias do povo esforçado e que vive dos frutos da terra.
Renato Teixeira |
Uma das bases básicas das músicas sertanejas típicas são viola e violão, cantando em dueto. Mas muitas vezes se alteram com outros instrumentos musicais como a sanfona. Um fato engraçado é que nos primórdios, era mais comum os violeiros fazerem suas próprias violas, ou pedirem isso a um conhecido. Hoje em dia é fácil encontrar nas lojas especializadas um local para o instrumento em um ponto qualquer. Sendo que nem precisam ser produzidas aqui.
Considerado como um verdadeiro herói da música sertaneja, Cornélio Pires em 1929 começou a gravar "causos" (histórias dos sertanejos) e trechos de cantos na época. O que foi criando uma grande vontade no povo de escutar aquelas músicas, tratando do cotidiano do trabalhador mais simples. Ele divulgou de diversas formas a sonoridade.
Com os discos, a música ganhou novos palcos. Como circos. Divulgando até mesmo aqueles que seriam as grandes estrelas dos cantores desse gênero, Tonico e Tinoco. Eles despontaram por todo o país como nunca antes havia acontecido, superando até mesmo Roberto Carlos.
Um dos temas recorrentes nas canções é a temática sertaneja. Isso existe quase sempre nas músicas antigas em que os boiadeiros muitas vezes trilhavam até seu destino, pedindo proteção. Muitas vezes depois eles pagavam promessas ao santo ou santa padroeira, como sinal de boa fé. Canções assim demonstram essa devoção através da simplicidade do homem do campo ou o viajante. Na letra de Romaria, temos uma prece feita por um por um peão que concede sua voz, já que não sabe rezar (supostamente não sabia ler) para demonstrar sua devoção a Nossa Senhora Aparecida. A música foi escrita por Renato Teixeira, e ficou famosa na voz de Elis Regina.
Entre os grandes nomes com esse ritmo são Tião Carreiro & Pardinho, Inizeta Barroso, Leo Canhoto & Robertinho, Liu & Léo, Pena Branca & Xavantinho, Trio Parada Dura, Milionário & José Rico, Iridio & Irineu, Nalva Aguiar, João Mulato & Douradinho, Pedro Bento & Zé da Estrada... Tantos nomes que demoraria bem mais tempo aqui escrevendo alguns só da área de SP. Além de Almir Sater que elevou a moda de viola a um novo nível, assim como Renato Teixeira, Rolando Boldrim e Sérgio Reis. Devem estar se perguntando por que não coloquei ainda nomes como Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, João Paulo & Daniel, Leandro & Leonardo, entre outros. Na verdade, esses também foram influenciados pelo som caipira de raiz, mas depois tiveram outras fontes para absorver. Como o country americano, onde temos um ritmo mais dançante. Talvez, por isso surgiu o dito sertanejo universitário.
Almir Sater |
Hoje em dia, a música sertaneja tomou uma divisão completamente diferente. Para o que chamamos entre sertanejo de raiz e sertanejo universitário. Além dos grandes shows feitos com relação a essa segunda, um dos maiores fatores para a primeira não ter tantos fãs é migração das pessoas para os grandes centros urbanos. Lembrando: as músicas caipiras contavam o cotidiano do povo trabalhador. Não somente paqueras ou desilusão, e sim casos com maior importância.
Mazzaropi |
Inezita Barroso |
Ainda assim em certas cidades ainda existem pessoas que tentam preservar as memórias desse estilo de vida e música. Como as rodas de viola.
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