Neste momento, ela não contará com a presença de seu esposo, José. Ele morrerá tempos antes do nascimento de seu filho. O menino nasceu franzino. Tanto que sua tia Ana insistiu em o batizar, para não morrer pagão.
Mas cresceu e bem. Aos seis anos, morando no Bairro do Viradouro, ele perdeu a mãe. Ela foi vítima da gripe espanhola e é sua avó que vai cria-lo e a sua irmã, Olívia.
Dona Augusta Inês da Costa não desanimou e passou a costurar para uma loja. Já José trabalhava tirando areia do rio, por 2 mil réis a carroça e ainda sobrava tempo para frequentar a Escola Reunidas até o terceiro ano, a última série da época.
Mais tarde o menino passa a ajudante de pintor. Junto com o patrão vai pintar sua antiga casa, que agora era farmácia do seu Elói Pessoa de Barros. No trabalho é maltratado, volta para casa e se queixa a avó. Diz que não voltaria ao trabalho. Então escuta isso de dona Augusta:
"Não, José nos precisamos e você voltará a trabalhar, aprenderá o ofício e nunca mais terá patrão".
José se tornou mestre em pintura fina e de ajudante, agora empregava seu patrão que passava dificuldades.
Quando fracassou a pintura fina, José foi trabalhar de servente por 5 mil réis diários, habilidoso, no dia seguinte, se propunha a trabalhar como pedreiro, mesmo ganhando menos. No final da semana o empreiteiro que lhe prometera 3 mil réis, paga-lhe 8 mil réis pelo dia, fazendo jus ao seu trabalho. Já que o menino de 16 anos trabalhava melhor que o mestre de obra.
Tempos depois faz sociedade com o cunhado e passam a trabalhar juntos.
Em 1928, conhece Lavínia em seus 24 anos, com quem se casou com ela deve oito filhos.
Já em 1955, devido ao seu excelente trabalho e desempenho profissional, através do prefeito Artur José da Costa é encaminhado ao CREA para tirar carteira profissional de projetistas-construtor.
Comprou um livro de engenharia e arquitetura. Sozinho aprofundou seus conhecimentos sobre construção.
Lá na Barão de Itapetininga, sede do CREA, onde foi prestar exame, além de ser aprovado pela equipe de 11 engenheiros examinadores - coisa incomum - fez um grande amigo: Dr. Luciano, secretário do conselho.
Após 15 dias, chega pelo correio a correspondência que diz terem sido deferidos seus processos. Seu José então recebe a então sonhada e tão rara carteira verde com uma estrela e um ramo de café que lhe promovia a projetistas-construtor. Se registra em Santa Isabel e Arujá.
Não existindo engenheiro na cidade, em 1955, seu Zezico, como é carinhosamente chamado por todos, constrói sua casa na rua João Pessoa.
Em 1968, através do senhor Jean, Gabriel e dr. Deusinho, seu Zezico é apresentado ao senhor Leopoldo como um mestre de obras capacitado para levantar com segurança os pavilhões e caixa de tratamento de água da futura fábrica Karibê.
Seu José é também um dos mais antigos participantes da Corporação Musical São Benedito, da qual seu irmão, Idator fez parte desde a fundação.
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