Eu detesto reality shows. Do Big Brother, até Master Chief, passando por A Fazenda, Largados e Pelados, Pesadelo na Cozinha, entre tantos outros realities diversos. Alguns mais, outros menos, mas o sentimento é esse. E isso tem motivo: para termos o que as pessoas chamam de um espetáculo com realidade, como deveria ser, precisaria ser algo mais próximo de um programa de jornalismo (e os nosso jornais já são sensacionalistas e espetaculosos demais, para parecerem mais um evento supervalorizado qualquer notícia). E isso não é o que parece.
Não vou nem entrar no contexto como programas com estilos de "reality shows" são manipulados nos Estados Unidos, pois isso seria tão simples e fácil quanto falar mal de WWE. Só lembrando que até gosto da luta livre, mas tenho noção que aquilo é falso demais. Fica mais como diversão, do que por realmente querer ver uma boa luta. Quase um teatro televisionado, onde nem me importa o resultado, pois é mais engraçado do que bem trabalhado.
Poderíamos tratar de problemas, como o racismo que aparece constantemente nesses programas. Ou quem sabe as cenas de abuso sexual que já aconteceram diversas vezes. Agressão parece ser uma constante que acontece pelo menos em cada um dos mais polêmicos. O verdadeiro motivo de entender como isso é problemático está no seguinte: todos esses "jogos" são na verdade manipulados, controlados pelas emissoras, para dar entretenimento
Para se der uma ideia, o Big Brother Brasil (chamado pela sigla de BBB) em 2024 contou com uma camelô, que trabalhou no Brás, segundo notícias. Entretanto, há um problema, antes de ser membro dos "brothers" e "sisters", ela não era apenas uma vendedora de bugigangas. Mas também uma modelo e bem conceituada. Isso não desmerece seu esforço como profissional, mas é engraçado como ressaltam apenas o fato mais humilde. O chamado fenômeno da origem humilde, ou melhor, o mito da garagem.
Mas tem mais. Muita gente hoje em dia curte pra caramba a figura da apresentadora e modelo, Sabrina Sato. E por seu sotaque carregado e uma beleza única, ficou famosa ao terminar o programa, anos atrás. Só que há coisas que poucos sabem: ela além de ser filha de um árabe e de uma descendente de japonesa, sua mãe foi uma paquita. Sabe, das garotas que ficavam junto da Xuxa? Lembrando, que mesmo a Meneghel se afastando por um certo tempo da emissora Globo, sempre manteve boas relações com o canal.
Dito tudo isso, temos também o fator de onde saiu o termo Big Brother. O livro de George Orwell, 1984. Uma distopia que trata do personagem Grande Irmão. Dentro da trama, pensar por conta própria é um crime. As pessoas são vigiadas, dentro do universo do livro, 24 horas por dia, até mesmo dentro de casa. Onde o líder ideológico é esse Irmão, com poder sobre a vida e morte das pessoas. Ele encara as pessoas, com suas telas mostrando o rosto do personagem antagonista, de manhã até a noite. Sendo que o cidadão será punido caso falhe com o Estado.
O mundo está dividido em três territórios. Eurásia, Lestásia e Oceania. Sendo Londres o palco dos eventos do livro. A mídia domina a população, para favorecer a política ditadorial, através da televisão. E que existiria um inimigo supremo, chamado Emanuel Goldstein, que deveria ser combatido e por isso - supostamente - o seu Estado estaria constantemente em guerra. Independente se esse inimigo realmente existiu, o papel dos canais de comunicação era a incitação dos ódios contra um inimigo em comum. Para fazer a população não compreender que estava com problemas e precisava exigir seus direitos.
E através de que modo o partido manipulava essas massas? Através de vídeos exibidos pelas mesmas telas que mostravam a fase do Grande Irmão! Ou seja, as pessoas ignoravam a invasão de privacidade que sofriam, pois se sentiam confortáveis com a manipulação, já que não notavam esse ato. Pois era subjetivo, poderíamos até falar que estava camuflado, através do uso do medo também causado pelo domínio das forças militares. Podemos inicialmente associar isso a política de "pão e circo" surgida no Império Romano. Mas note que isso está mais próximo de governos ditadoriais, como os que aconteciam na China, com Lao Tsé Tung (socialismo), Margareth Tatcher e Pinochet, no Reino Unido e Chile (capitalismo) e Adolf Hitler (nazismo).
E não é apenas uma visão que aparece em livros: mídias mais recente, incluindo games, conseguem tratar disso. Alguns exemplos são Fallout, Metro e Bioshock. Que citam ideais e manipulam as informações. Para que ignoremos as falhas atuais de nossa cidade, estado, país e até fora do território nacional. Independente de origem.
Acha que exagero? Ficou sabendo sobre os problemas de Maceió? Sabia que a empresa privada de petroquímica, responsável pelo estado de emergência causado pela extração de minas sem o devido cuidado (Braskem) patrocinava o Big Brother Brasil? Quantas vezes na vida, nós ouvimos falar de uma cidade que afundou devido a um só ponto: lucro acima de tudo, até das vidas ali.
Recentemente, na minha cidade, eu fiquei sabendo que haverá um reality show.
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