Aline Meneses tem 33 anos e foi diagnosticada com hemiparesia, condição que acomete um dos lados do cérebro, e interfere no movimento dos membros inferiores e superiores do corpo, aos 08 anos, após sofrer um derrame isquêmico, em uma ida a praia com a família e amigos. A jovem, que saiu da zona rural de Santa Isabel, encontrou no esporte uma forma de estar sempre em movimento e tornou-se uma das três melhores atletas sulamericana no tênis de mesa e a número um do Brasil na modalidade.
Aline disputou o último Parapan-Americano em Santiago no Chile, onde ficou entre as três melhores atletas da competição ao conquistar a medalha de bronze. Ainda na infância, iniciou acompanhamento médico em Santa Isabel, onde viveu boa parte de sua adolescência passando pela antiga escola do Geremuniz e na Estadual Profª Maria dos Santos Bairão.
NA AACD, além do acompanhamento fisioterapêutico, realizado desde 2013, Aline passou por sete cirurgias e foi nesse período que ela resolveu ingressar nas modalidades esportivas ofertadas pela instituição: “Passei pelo badminton, taekwondo, natação, jiu-jitsu e até capoeira dentro do paralímpico, mas foi no tênis de mesa que eu me encontrei”, explica.
Foi em 2018, que a jovem resolveu pegar firme no esporte e assim tentar uma vaga nas paralimpíadas. No ano seguinte, Aline disputou seu primeiro Parapan-Americano, que aconteceu em Lima no Peru. “Naquele ano não conquistei nenhum título, mas segui firme nos treinamentos”, disse.
O tênis de mesa paralímpico se divide em 11 classes, sendo as classes de 1 a 10 para atletas com deficiência física, e a classe 11 para atletas com deficiência intelectual. Dentro das classes para atletas com deficiência física, quanto menor o número da classe, menor o grau de mobilidade do atleta, sendo que as classes de 1 a 5 são para atletas cadeirantes, e 6 a 10 para atletas andantes. Por ter hemiparesia, Aline disputa na classe 7.
Hoje, Aline compõe o Clube de Limeira, pelo qual também representa a modalidade em diversas competições no estado. Sendo oficialmente uma atleta paralímpica, ela consegue treinar no Centro Paralímpico Brasileiro, no Bairro Jabaquara em São Paulo. A série de treinamento é completada no clube Box Guarani, na Vila Matilde também na Capital.
Mas Aline lembra que ainda é preciso muito apoio para conseguir se manter no esporte e assim realizar o sonho de continuar representando o Brasil em importantes competições. Hoje, ela não consegue viver 100% do esporte e completa a renda com trabalhos como modelo inclusiva, promotora de eventos e revendedora de cosméticos.
“Assim como todas as modalidades, se manter ativo no esporte demanda muito investimento e para isso, o patrocínio, é fundamental. Hoje, embora eu tenha projetos para campeonatos fora do Brasil e mesmo tendo alguns apoios, não tenho patrocinadores pessoais e se alguém tiver interesse em me patrocinar, pode entrar em contato no meu e-mail. meneses.a.f@gmail.com, ou no meu Instagram @alineatletaoficial. Será uma honra levar o nome dos que estão correndo comigo”, finaliza.
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