O Museu da Língua Portuguesa passou a oferecer a partir de 12 de Outubro de 2022 uma imersão na diversidade e riqueza das línguas indígenas faladas no Brasil, com a abertura da exposição “Nhe’ē Porã: Memória e Transformação”, em São Paulo.
Organizada em cooperação com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a mostra marca o lançamento oficial no país da “Década Internacional das Línguas Indígenas”, como foi designado o período de 2022 a 2032 pela Assembleia Geral da ONU.
Com visitação de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência permitida até 18h), a exposição seguiu em cartaz até 23 de abril de 2023, no Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/n). Os ingressos, à venda no local e antecipados pelo Sympla, saem por R$20, com gratuidade aos sábados.
Buscava chamar a atenção mundial sobre a situação crítica de muitas línguas em perigo de desaparecimento e a necessidade de usá-las e preservá-las para as gerações futuras.
Atualmente, cerca de 97% da população mundial fala somente 4% destas línguas e somente 3% das pessoas do mundo falam 96% de todas as línguas existentes. Caso nada seja feito, a grande maioria desses idiomas, falados sobretudo por povos indígenas, continuarão a desaparecer em um ritmo alarmante.
Além de abordar diretamente a questão linguística, a exposição “Nhe’ē Porã” também busca ser um espaço de reflexão sobre os processos coloniais que marcaram profundamente a vida dos povos indígenas no Brasil, as trajetórias de luta e resistência e a beleza dessas culturas milenares.
Por meio desta perspectiva indígena, o Museu da Língua Portuguesa também pretende abordar os temas que atravessam a celebração do Bicentenário da Independência, como as lutas por direitos e a construção da identidade brasileira.
Houve programação cultural gratuita vinculada ao evento ao longo dos oito meses de exposição, como apresentações musicais de indígenas, debates sobre preservação de línguas e oficinas para todos os públicos.
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