quinta-feira, 5 de maio de 2022

Cynthia Mariah: moda afro-brasileira em Santa Isabel


Ela é uma artista multimaker, designer de moda de formação, pesquisadora independente, educadora de moda com direcionamento cultural e decolonial. Seu trabalho com moda, é focado em afro-brasilidades. Com pensamentos afrocentrados, aborda assuntos pertinentes à história e cultura desse modo, em um ambiente de confiança onde o foco é a valorização de corpos e estéticas pretas, suas reflexões e vivência pensam o Brasil de fato como uma diáspora africana.
Cynthia Mariah não sabe bem se a moda a encontrou ou se faz parte de si, só é entendido como algo que tinha desde cedo. Com uma infância  meio aos artesanatos diversos e da costura, presenciou sua avó com grandes habilidades manuais. A mesma e a mãe de Cynthia sempre exerceram o ofício do  tricô e do crochê,  crescendo nesse universo relata que sua irmã e ela foram criadas para serem livres e empreendedoras, onde ainda na adolescência montou sua própria marca.
Foi modelo e acredita que nesse período da vida que realmente selou definitivamente sua paixão pela moda. Hoje é notório ver que seu trabalho carrega um pouco de todas essas suas vivências.

Da mega elegância de sua avó, das histórias e passagens de sua amada mãe em concursos de beleza negra e das costuras dessa avó na confecção das roupas que a mãe ia aos concursos,  tudo isso são as bases da referência que lhe permitem viver do que ela gosta.
Seu trabalho carrega sustentabilidade ao utilizar matérias-primas convencionais e alternativas, seu lema para esse processo é, "o que é lixo pra você pode não ser lixo pra mim".
Nesses 18 anos de carreira já participou de muita coisa. Os mais marcantes foram a Mostra de Criadoras Mulheres Afro-latinas realizado por 4 anos em unidades do SESC-SP,  no Projeto P.I.M (Periferia inventando moda), no Santa Isabel Rosa Fashion evento criado por ela na cidade, no SPFW com meus acessórios presentes no desfile da marca Az Marias e na encenação da Paixão de Cristo aqui na cidade.
Seu trabalho traz o negro como pauta de um legado negado pela sociedade-moda. “Nos recolocar como peças importantes para as modas encontradas”, é umas das suas principais mensagens.
Ela escreve o seguinte como recado, "Precisamos das vozes as culturas e estéticas negadas pelas modas impostas".


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