sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Minha opinião sincera sobre IAs nas artes

Existiu, a partir do século XVII (17) uma coisa chamada Revolução Industrial. Como ela funcionava? O trabalho manufatureiro, como o nosso, em que fazemos todo o processo de arte, foi deixado de lado para fazer um trabalhos em etapas. Indústrias, onde cada um fazia apenas um pedaço do processo, o que ocorreu com tecidos, porcelanas, indústrias alimentícias e por ai vai. E isso diminuiu, até os dias atuais. Tanto que podemos ver poucos trabalhadores independentes, que fazem boa parte do processo, como sapateiros ou alfaiates.
Isso tem consequências até hoje, que comprometem a nossa vida em diversos pontos.
O que acontece hoje em dia é a QUARTA ou QUINTA Revolução Industrial. Tratada como biotecnologia, mas nem isso é importante. O mais necessário saber é que até o artista vai ser substituído. Essa não é uma opinião, é um fato.
Recentemente, ocorreu em Hollywood, de artistas e roteiristas criar além de uma greve por melhores salários (não apenas os ricaços, mas os atores que são figurantes), de criticar ao o uso de IA em audiovisual. Deve série colocando ator famoso através dessas tecnologias nas obras, sem pagar um tostão pela imagem!
E ai entra a sua ARTE: sua arte, dependendo vai ser usada por uma IA, sem pagar direitos autorais sobre o trabalho, sobre nenhum aspecto. Pior, mesmo que você seja mente aberta e permita esse uso, a maneira que eles podem mexer sem uma regularização é QUALQUER coisa. Desde algo bonitinho até conteúdo adulto, se me entende. Isso já acontece e gera processos milionários, mas que os donos dessas inteligências nem ligam, afinal, os países nem regularizam isso.
Entenda, não sou completamente contra as IAs. Mas elas devem ser usadas como FERRAMENTA, não SUBSTITUTOS a algo. Existem pessoas que usam inteligências em jogos de RPG. E tudo bem, mas as histórias são ruins, pois não tem imaginação.
Essa ideia de ser bom no que faz manterá seu serviço, é algo que patrão ou gente rica fala, e eu tenho consciência disso. Pois já fui substituído por gente incompetente. É bonito apenas na fala. Tem gente, dentro de governos - e isso algo que pode perguntar a qualquer pessoa em cargo público importante - pensando como tirar um trabalhador humano e usar uma inteligência artificial no seu lugar. Durante a pandemia, uma faculdade usou gravações de um professor morto, para dar aulas online, algo parecido com o uso dessas novas tecnologias.
Sobre alguém querer sempre melhorar profissionalmente, veja que essa questão acontece até em bancos, onde as pessoas são obrigadas a estudar para manter os cargos e subir dentro do lugar, mas que estão sendo substituídos. Com IAs e o uso de Pix ("Para que usar pessoas, se a tecnologia a substitui melhor? Eu nem imaginava que alguém perderia emprego") a mão de obra se torna obsoleta. Não importa o grau de competência, assim como foi no passado.
Se acha que isso que estou falando é apenas por crítica pura, devo comentar uma conversa que tive com um dos alunos de Fábio Shin (criador e professor da Japan Sunset, em São Paulo) quando fui ter com ele sobre a exposição "Para Sempre Toriyama" no Festival do Japão.
O que ele disse foi simples: o curso precisa melhorar a níveis antes não pensados, pois há meios online, muitos dos quais usam tecnologias de robôs (IAs), ao qual não cobram nada. É bom que realmente haja pessoas preocupadas, pois estão realmente tomando aulas através desses mecanismos.
O que estou falando nesses textos não é uma questão de qualidade de um ou de outro, nem que não se deva obter novas habilidades para aprimoramento pessoal. O problema e foco desse texto e do que escrevi, é que isso pode retirar nossos serviços, pois já estão fazendo isso.
Novo exemplo (e cara, posso colocar MUITOS EXEMPLOS, tu não tem nem noção), o RPG, Dungeons & Dragons pretende usar agora de IAs para as artes de seus livros. Se não há regulamentação O MEU TRABALHO como ilustrador poderá não ser mais comissionado.
Sorte que tenho pessoas como a Brasil in the Darkness valorizando o trabalho manual e brasileiro. Mas até eles podem sofrer a pressão de que a industrialização (lembra do começo, Revolução Industrial e perdas de serviço?) fazendo com que não necessitem mais de alguém que ilustre muitas páginas mas que não pode, nem tem como ganhar de uma máquina.
E quantas anos eu demorei para obter esse trabalho? Saca?
Os trabalhos de arte digital, assim como de arte manual são coisas maravilhosas, pois usam FERRAMENTAS. Mas as IAs usam a SUA arte, a MINHA arte ou de QUALQUER outro sem autorização. Por elas, eu poderia obter seu trabalho atual, sem você receber um centavo. Na verdade, nem sequer as pessoas que lhe ajudaram a produzir seu livro receberiam dinheiro.
Eu sempre falo de como é difícil vender os meus livros, mas jamais iria querer que meu trabalho fosse copiado por uma IA, que pudesse tirar, como falam, o pão de cada dia, de um trabalhador na área da gráfica, na manutenção do site da editora, da entrega, e por aí vai.
Há uma frase de história que diz, quem esquece o passado está fadado a repetir. E eu prefiro lutar para que os artistas permaneçam.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Lendas de Santa Isabel: simpatia para andar

Existem duas simpatias nesse caso:
A primeira foi me falada por Benedita Caraça da Costa, minha tia. Deixe um pouco de terra solta, próximo de onde a criança tenta andar. Ela deve pisar nela e deixar o sinal de seu pé ali, uma pegada. 
Em seguida, se pega um machado e corta-se em cruzado esse sinal. Em seguida, fale "Corta o medo dessa criança, para essa criança andar". De forma repetida.
Há outra simpatia, dita por minha mãe, Teresa Caraça. Nela, uma pessoa caminha, ajudando a criança. E outra, toda vez que passa por uma porta, faz um risco. Que tem de ser na altura da criança.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Mais sobre a Gripe Espanhola em Santa Isabel

Em Santa Isabel, foi em 23 de julho de 1919 quando o Jornal Correio Paulistano registrou o primeiro caso da Gripe Espanhola no Município, causando efeito devastador, sobretudo na zona rural onde o auxílio médico não chegava ou era casual. O vírus atingiu toda a região, famílias inteiras foram infectadas.
A cadeira de prefeito era ocupada pelo empresário Manoel Antônio Mendes, o presidente da Câmara era o Major Guilhermino, e o Padre Albino Augusto Francisco era o pároco da cidade.
Em 23 de julho de 1919, foi a data de registro do primeiro caso da Gripe Espanhola em Santa Isabel. O vírus atingiu toda a região, famílias inteiras foram infectadas, poucas escaparam do flagelo, a maioria do comércio fechou devido a enfermidade que atingiu os comerciantes e funcionários. O pão, leite, carne, enfim, os gêneros de primeira necessidade se escassearam, só se falava na gripe espanhola.
Sensibilizado com o estado de penúria dos munícipes, o juiz da comarca, Dr. Tancredo Coutinho do Amaral, abriu uma subscrição e percorreu a cidade na companhia do Sr. Francisco de Luca e Benedito Arnica a fim de angariar donativos e distribuir alimentos aos desvalidos, instalou no Edifício do Fórum um posto de socorro com supervisão do Oficial de Justiça Espiridião Lopes e Francisco de Luca que o auxiliaram no período epidêmico, famílias e centenas de pessoas receberam roupas, calçados e gêneros alimentícios. 
O governo estadual através do Secretário do Interior, Dr. Oscar Rodrigues Alves, médico e filho do ex-presidente Rodrigues Alves encaminhou o Inspetor Sanitário, Dr. Antônio Rodrigues Girão que com o farmacêutico local, Francisco Novaes, prestaram atendimento aos enfermos de tal sorte que conseguiram salvar muitos doentes que se encontravam em estado gravíssimo, entre eles dois soldados da Polícia Militar.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Figuras notáveis de Santa Isabel: Maria Helena Marcondes

Filha de Maria José Caetano Marcondes e de Dioscórides Marcondes Santos Freire, Maria Helena Marcondes, nasceu dia 26 de abril de 1954 no município de São Paulo, e viveu sua vida toda na cidade de Santa Isabel.
É a patrona da Biblioteca Municipal de Santa Isabel, que leva o seu nome.
Estudou até a quarta série primária na Escola Major Guilhermino, onde hoje está localizada a Escola Estadual Maria Santos Bairão e cursou posteriormente o Ginásio Estadual (assim era chamado), no prédio onde hoje está localizado o Restaurante Casarão, no bairro dos 13 de maio.
Frequentou o Curso Normal na cidade de Suzano, nome dado ao curso de magistério, obtendo o título de professora primária.
Cursou Secretariado no Makenzie em São Paulo e ingressou na faculdade Brás Cubas em Mogi das Cruzes no curso de Direito em 1972.
Teve uma vida econômica privilegiada em comparação à maioria da população isabelense, e sempre muito sensibilizada com a pobreza existente na sociedade, fazia caridades e ajudava muito a população carente.
Belíssima e elegante chegou a ser eleita a vencedora do concurso A mais bela estudante do ano de 1969.
Com um espírito de liderança bastante acentuado, organizou na cidade diversos eventos como a Fecicran, festas beneficentes para o Fundo Social da cidade e os Bailes da Cidade.
No ano de 1976, cursando o último ano da faculdade de Direito, veio a falecer tragicamente em um acidente de carro na Rodovia Mogi-Dutra.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O estudo sobre a cultura, tecnologias e desenvolvimentos, africanos em escola isabelense

Os alunos da Escola Estadual Professor Fernando Aluísio Corrêa, em Santa Isabel, puderam, através de diversos meios artísticos e literários, se inserir em ações de luta antirracista, debatidas ao longo de 2023.
Ao todo, dois projetos percorreram o ano letivo da instituição: “Mulher, os espaços de poder e o Feminismo Negro”, marcado pela análise de histórias do movimento feminino, com livros como “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis. Também contou com o projeto “Feira de Ciências e Tecnologias Africanas”, que teve como intuito abordar uma educação afrocentrada.
Segundo Elaine Cristina Diniz, Coordenadora de Gestão Pedagógica da Área de Humanas, o primeiro projeto abordado em sala ajudou na compreensão do racismo sob a perspectiva de uma mulher negra, e demonstrou o posicionamento de maneira antirracista diante da luta feminina no país atualmente. Também destacou que o projeto reforçou a autoestima dos alunos e os emocionou.
“Um dos pontos altos desse projeto, foi realização de um Ensaio Fotográfico Antirracista, em parceria com a fotógrafa Bárbara Soares. Este trabalho reafirmou e valorizou toda a beleza, inteligência e espontaneidade dos alunos negros”, comentou.
Como segundo projeto realizado pela instituição de ensino integral no decorrer do ano, a “Feira de Ciências e Tecnologias Africanas” movimentou os estudantes e, através de uma perspectiva educacional, parte de um reforço positivo da África, utilizando a promoção das grandes descobertas matemáticas e pensamentos filosóficos da população africana. “Os estudantes pesquisaram sobre algumas das principais tecnologias e artefatos matemáticos da África, os quais são milenares, como o Papiro de Ahmes, Osso de Ishango , Calendário de Adão e Ocre de Blombos”, afirmou Diniz.
As ações resultaram em uma feira, na qual o conhecimento foi socializado com toda a comunidade escolar e convidados parceiros, como a estilista Cynthia Mariah, e o ator Danilo Moura. “Cynthia nos inspirou com seu trabalho de uma moda afrocentrada e Danilo inspirou nossos estudantes negros, com o seu exemplo, a estudarem e expandirem suas visões de mundo, os desafiando a focarem nos estudos para cumprirem seus projetos de vida”, disse.
Para a Coordenadora de Gestão Pedagógica, o movimento organizado por professoras da área de humanas de toda a instituição, gerou resultados notáveis aos alunos. “Nossos estudantes repensaram os padrões estéticos eurocêntricos, podendo deslumbrar a beleza negra da nossa comunidade. Enxergaram a África como o berço da matemática e da Ciência, valorizando o continente que se entrelaçou com a América e formou o país que somos”, finalizou. 

CULTURA e tecnologias Africanas encantam alunos isabelenses. Jornal Ouvidor. Igaratá. 25 de Novembro de 2023. p. 6.

sábado, 10 de agosto de 2024

Lendas de Santa Isabel: A laranjeira de Santa Isabel

O texto fala de mais um milagre associado a D. Isabel (que nós conhecemos como Santa Isabel) nas suas terras de origem, o reino de Portugal. Como se pode ver, muito é falado, por lá, de sua santidade. Através de diversas histórias.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Os problemas que um historiador encontra

Na gestão de Jair Messias Bolsonaro como presidente, o cargo de historiador foi oficializado. Isso, pois antes, não poderíamos falar de uma profissão com formação em história, que não fosse professor. Entretanto, como historiador, ainda há problemas até hoje, que esse profissional encontra dentro da pesquisa sobre história. E muitas das informações aqui encontram o mesmo problema.
Fontes orais diferentes:
Um local, acontecimento ou pessoa pode ser chamado de forma diferentes dentro de uma região. Ou até ter uma origem fora do que muitas pessoas pensam. Um exemplo é o Morro da Farinha.
Há a ideia, de que o local se chamava Morro da Farinha, pela agora chamada, Rações Morro de Farinha. Entretanto, conversando com algumas pessoas, descobri que ali havia diversas fábricas de varinha. Além de um ponto onde tinha uma fabricação de velas. Então, o termo se deveria por aquela área ser de muita comercialização de farinha.
Algo que a Secretária de Cultura aceitou como uma verdade. Eu preferi a segunda, pois se trata da população mais humilde de quem retirei esse dado.
Mudanças pessoais de nomes:
Um outro evento que atrapalha a pesquisa são as mudanças de nome. Seja de um local ou pessoa.
Aqui, eu usarei dois exemplos: O do Bairão e depois de Nazaré Pio Ferraz.
O Bairão, primeiro, nem sempre era, onde é hoje. E nem se chamava assim, mas era a primeira escola chamada Santa Isabel, e ainda por cima com Z. Ele ficava onde era o Casarão (que também serviu de diversas maneiras, até hoje em dia que é um restaurante). Depois, ficou onde é o Major. Sim, o prédio da Escola Major Guilhermino, foi da Escola Maria dos Santos Bairão. E por último, chega no ponto onde está hoje em dia, e só mudaria o nome depois.
No caso de Nazaré Pio Ferraz, só fiquei sabendo recentemente que ela é irmã da Picida. Seu nome é diferente de sua irmã, Maria Aparecida Ferraz de Sousa. Devido ao casamento dela, seu sobrenome não é mais o mesmo da primeira vereadora de Santa Isabel pelo PT, ao menos não tão parecido. Coisas assim, muitas vezes podem ser perdidas, especialmente quando não se tem ligação com dados oficiais.
Espectro político influenciador: Por fim, dentro de uma cidade, um espectro político pode impedir certos conhecimentos. Um exemplo é toda a cidade de Santa Isabel. Como assim? Note: recentemente, uma pessoa escreveu nas redes sociais "O que o PT fez em Santa Isabel?".
Mas ela não deve saber que a primeira vereadora de Santa Isabel, foi Picida, uma das figuras mais fortes da esquerda em Santa Isabel. Que contribuiu muito para questões de ordem trabalhista no município. Ou Armando Machado, o Machadinho, que antes mesmo de ser da área política, contribuiu com o teatro local. Ou até, que ele como professor de história, escreveu um livro e defendia a questão das Lei dos Mananciais. Mas se nem os centros de cultura ou turismo políticos (seja na esfera municipal, estadual ou federal) divulgam isso dentro da cidade, se torna impossível mudar a situação que encontramos.