Talvez poucos saibam, mas antes de existir médicos e enfermeiros, boticários faziam as vezes de farmacêuticos. Assim, como mais para frente, muitas vezes os farmacêuticos eram como enfermeiros.
O senhor Benoni Silva, se tornou um farmacêutico conhecido na cidade. Com boas histórias para contar, vendendo e criando seus remédios.
Em 1954, o ônibus da Eroles parou de frente ao Bar do Amadeu e ali Benoni Silva desceu, vindo da Capital. Trazendo só algumas peças de roupa, anos atuando como profissional da área de farmacêutica e a disposto da primeira farmácia da velha Igaratá.
Viveu seus últimos anos na XV de Novembro, Centro de Santa Isabel. Caminhava de bengala, mas ainda possuía a fala firme e coerente tudo que viveu em Minas Gerais e São Paulo.
Nasceu em São José dos Campos e mudou-se para Rio Piracicaba. Essa cidade é do interior de Minas Gerais, com oitos anos, acompanhando seu pai que era ferroviário da Central do Brasil. A mãe de Benoni morreu quando ele era jovem e ele, irmão do meio, com nove anos de idade deve que trabalhar na limpeza de uma farmácia próxima de sua casa. Não demorou para que Benoni manipulasse os remédios do lugar.
O menino Benoni deixou o ensino médio para trás, pois seu pai queria coloca-lo no seminário. Eu não queria ser padre, queria era namorar, diz ele ao Jornal Ouvidor. Rio Piracicaba fica a 710 km de Belo Horizonte e quase 800 km de Ouro Preto, e com essa distância de grandes centros urbanos no estado, impediram Benoni de entrar na faculdade. Ainda assim, teria se formado na primeira turma do Curso de Oficiais de Farmácia de 1952, licenciado pelo Departamento de Saúde de Rio Piracicaba, anos mais tarde. Com este curso, não me tornei um farmacêutico de formação, mas consegui a licença para atuar como profissional de farmácia.
Quando adulto, ele trabalhou em farmácias próximas da rua São Bento e Praça da Sé, em São Paulo. Lá conheceu o dono de uma farmácia em Igaratá. E vendeu o ponto para Benoni.
Na Velha Igaratá, ele se tornou proprietário da farmácia Nossa Senhora das Graças. Por lá ficou seis anos. Lá ele atendia pessoas com receitas médicas. Entretanto, ainda assim ele era procurado para indicar remédios a alguns. Além de muitas vezes, acordar na madrugada indo até pacientes de charretes ou a cavalo. Lembrava até histórias clássicas de aventura.
Ele saiu de Igaratá, antes da represa Jaguari cobrir a antiga cidade. Em 1960 se mudou para Santa Isabel, onde montou a Farmácia São Pedro, que existiu na rua João Pessoa, no centro da cidade. Na cidade conheceu Isabel, com quem deve os filhos Valesca, Adauani e Osni. Além de estar na área farmacêutica, foi atleta. Para ser exato, centroavante nos times da cidade, além de representar a cidade em jogos de vôlei. Tem um troféu de 1993 em terceiro lugar de uma competição em Nazaré Paulista.
Benoni teria deixado de vez a farmácia em 2000 e junto com sua mulher dividiu sua atenção entre seus netos e bisnetos.
Falando sobre como via a farmácia Benoni disse: É capaz que a profissão de farmácia esteja melhor que no meu tempo, mas é certo uma coisa, ela não te permite as mesmas aventuras que um dia eu vivi.
Benoni morreu na semana que se comemora o dia do farmacêutico, em Janeiro de 2018.
A bisneta dela, Isadorah, me perguntou se eu o conhecia. Eu sabia pouca coisa sobre ele, mas era um nome conhecido da cidade. Mal sabia eu e ela, que já encontrei com ele duas vezes. Uma antes de nascer e depois quando mais velho.
Aqui vem uma parte pessoal: meu pai era alcoólatra e minha mãe trabalhava na fábrica Karibê. Ela era a única que trazia dinheiro para casa e tinha que tomar uma vacina em jejum. Só que ela não jejuou. Isso a fez ficar tonta e quase desmaiar na farmácia. Benoni a ajudou e lhe deu um café, para melhorar. Minha mãe contou isso e me passou um detalhe: nessa época, ela estava grávida de mim.
Anos depois, não me lembro o motivo, eu conversei com aquele senhor. Sem saber quem era. Pois precisava encontrar alguém, pelo que me recordo. Sem saber, conversei com alguém que foi tão carinhoso com minha mãe.
http://jornalouvidor.com.br/noticia/as-experiencias-de-um-farmaceutico---benoni-silva/7082
http://jornalouvidor.com.br/noticia/despedida-do-farmaceutico-/12497
O menino Benoni deixou o ensino médio para trás, pois seu pai queria coloca-lo no seminário. Eu não queria ser padre, queria era namorar, diz ele ao Jornal Ouvidor. Rio Piracicaba fica a 710 km de Belo Horizonte e quase 800 km de Ouro Preto, e com essa distância de grandes centros urbanos no estado, impediram Benoni de entrar na faculdade. Ainda assim, teria se formado na primeira turma do Curso de Oficiais de Farmácia de 1952, licenciado pelo Departamento de Saúde de Rio Piracicaba, anos mais tarde. Com este curso, não me tornei um farmacêutico de formação, mas consegui a licença para atuar como profissional de farmácia.
Quando adulto, ele trabalhou em farmácias próximas da rua São Bento e Praça da Sé, em São Paulo. Lá conheceu o dono de uma farmácia em Igaratá. E vendeu o ponto para Benoni.
Na Velha Igaratá, ele se tornou proprietário da farmácia Nossa Senhora das Graças. Por lá ficou seis anos. Lá ele atendia pessoas com receitas médicas. Entretanto, ainda assim ele era procurado para indicar remédios a alguns. Além de muitas vezes, acordar na madrugada indo até pacientes de charretes ou a cavalo. Lembrava até histórias clássicas de aventura.
Ele saiu de Igaratá, antes da represa Jaguari cobrir a antiga cidade. Em 1960 se mudou para Santa Isabel, onde montou a Farmácia São Pedro, que existiu na rua João Pessoa, no centro da cidade. Na cidade conheceu Isabel, com quem deve os filhos Valesca, Adauani e Osni. Além de estar na área farmacêutica, foi atleta. Para ser exato, centroavante nos times da cidade, além de representar a cidade em jogos de vôlei. Tem um troféu de 1993 em terceiro lugar de uma competição em Nazaré Paulista.
Benoni teria deixado de vez a farmácia em 2000 e junto com sua mulher dividiu sua atenção entre seus netos e bisnetos.
Falando sobre como via a farmácia Benoni disse: É capaz que a profissão de farmácia esteja melhor que no meu tempo, mas é certo uma coisa, ela não te permite as mesmas aventuras que um dia eu vivi.
Benoni morreu na semana que se comemora o dia do farmacêutico, em Janeiro de 2018.
A bisneta dela, Isadorah, me perguntou se eu o conhecia. Eu sabia pouca coisa sobre ele, mas era um nome conhecido da cidade. Mal sabia eu e ela, que já encontrei com ele duas vezes. Uma antes de nascer e depois quando mais velho.
Aqui vem uma parte pessoal: meu pai era alcoólatra e minha mãe trabalhava na fábrica Karibê. Ela era a única que trazia dinheiro para casa e tinha que tomar uma vacina em jejum. Só que ela não jejuou. Isso a fez ficar tonta e quase desmaiar na farmácia. Benoni a ajudou e lhe deu um café, para melhorar. Minha mãe contou isso e me passou um detalhe: nessa época, ela estava grávida de mim.
Anos depois, não me lembro o motivo, eu conversei com aquele senhor. Sem saber quem era. Pois precisava encontrar alguém, pelo que me recordo. Sem saber, conversei com alguém que foi tão carinhoso com minha mãe.
http://jornalouvidor.com.br/noticia/as-experiencias-de-um-farmaceutico---benoni-silva/7082
http://jornalouvidor.com.br/noticia/despedida-do-farmaceutico-/12497
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