Bem como achei que não seria muito correto um texto falando sobre mim, pelo menos dessa vez, escrito por... Mim... Pedi um texto ao meu querido amigo Horn! E olha o que ele me manda! Essa linda poesia em forma de texto... Chorando até agora!
É...
Por Bertho Horn
Eu
acho que ela é longa demais. E entediante.
Por
sorte, algumas pessoas, mesmo sem querer, conseguem fazer com que a gente
desvie os olhos do tédio mortal, da apatia (ou letargia) do dia-a-dia e dos
pecados salivantes e de pernas abertas nas esquinas.
Minha
cabeça nunca foi boa então seria um esforço inútil tentar descobrir quando foi
o momento exato que o conheci. Pra ser bem sincero, não me importo com isso.
Tenho coisas mais importantes pra tentar lembrar agora. Como, por exemplo, onde
guardei meus bicos de pena.
Mas
mesmo não me lembrando do dia, hora e situação ele apareceu e, assim, do nada,
faz parte de um seleto grupo a que posso chamar de “membros da minha família”. Eu não tenho amigos. Nunca tive. Prefiro,
depois de algum tempo de convívio, ter algumas pessoas como os irmãos e irmãs
que gostaria de ter tido. Aqueles que aparecem em lugares quando menos espero. Que
podem ser ácidos, corrosivos e, também, espirituosos. Aqueles que oferecem um
silêncio respeitoso e um gracejo bem aceito numa hora inapropriada.
Amigos
possuem certas liberdades que familiares não possuem. E “familiares adquiridos espontaneamente pela vida” possuem liberdades
que mais ninguém pode ter. É um privilégio ser alvo de alguma piada engraçada
de membros de família adquirida, não um direito.
Devo
ter pensado nisso quando, juntos, criamos ilustrações assustadoras em mesas de
reunião cheias de gente preocupada e apressada em volta. Este raro momento de
entrega, este escapismo artístico, fortaleceu um laço criativo ótimo que dura
até os dias de hoje (muito embora, devo admitir com alguma culpa, tenho sido
negligente e raramente saio de casa pra poder conversar ou criar algo a seu
lado) e rendeu alguns frutos.
Atravessamos
um período de desenhos, filmes, RPG, Magic e longas e desafiadoras prosas sobre
qualquer assunto que chegavam a nossa cara.
Tenho
sorte por conhecer pessoas criativas e talentosas como ele (isso me faz
trabalhar dobrado pra que minhas próprias criações sejam tão boas quanto as
dele). Li muito do que escreveu e convido a todos pra uma lida, pois os mundos
que ele cria são mágicos e necessários. A fantasia se torna real em suas letras
e o mundo precisa disso.
Não
tenho ideia do que ele gosta de ouvir enquanto trabalha. Não me arrisco a
tentar desvendar o mundo que ele enxerga quando começa a escrever. Mas a
realidade que ele descreve seria um bom lugar pra se viver e isso é um fato.
Eu
poderia escrever horas e horas sobre seus desenhos, suas cores, suas letras e
suas prosas pela rua nas raras ocasiões que saio e casa. É sério. As conversas
e as pausas que tivemos em pontos de ônibus, enquanto ele esperava
pacientemente ao meu lado a hora de eu vir embora e sair do centro da cidade,
são pausas de livros. Eu não me atreveria a descrevê-las, pois, aos meus
doentes olhos, elas são mágicas. Sempre foram e sempre serão enquanto puder me
lembrar.
No
inicio deste texto escrevi que a vida é curta e entediante. Estou no final e
ainda não mudei de ideia. Porém, algo importante deve ser acrescentado: tudo se
torna menos complicado, menos dolorido, menos caótico e mais engraçado quando
lembro das coisas que criamos e das prosas estranhas e engraçadas que tivemos
por aí.
Este
texto, por mais pobre e inacabado que seja, é só a forma que encontrei de dizer
Obrigado, mesmo que inadequado e de gramática rala.
Vida
longa a sua arte, suas letras.
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