Com 87 anos, a professora Geracy Ambrozina Maccangan de Camargo já alfabetizou diversas crianças de Santa Isabel, que constituem a sociedade isabelense. Além dos três filhos, atingiu a vida de mais de duas mil crianças, entre eles juízes, delegados, advogados, engenheiros, dentistas e até prefeitos (como Nenê Simão e Fábia Porto).
Ela nasceu em Matão, mas veio para Santa Isabel, pois na cidade onde nasceu e estudou não havia emprego para todas as 50 professoras que se formavam todos os anos no curso "Normal" (nome que se dava ao atual curso do magistério). Formada em 1951, dois anos depois foi destacada para lecionar na única escola da cidade na época. A Major Guilhermino Mendes de Andrade.
Deve 32 anos no magistério, 28 deles foram só no primeiro ano. Ela chegou a dar aulas no "Casarão", que era uma extensão do Major. Na hora da merenda, ela se lembra, se lembra que tinham de levar as crianças a segunda estrutura, pois na primeira, não tinha refeitório, nem espaço para o recreio.
Uma de suas primeiras tarefas quando chegou na cidade foi visitar o bairro da Boa Vista, em Igaratá que era, ainda, um distrito isabelense. Lá, o fazendeiro Dito Cunha, havia cedido sua sala para montar uma escola. E vendo que era possível e necessário fazer um centro educacional ali, arrumou tudo para o lugar no ano seguinte.
Ela criou métodos próprios para ensinar a ler e escrever que usavam músicas e histórias. E com isso, quatro meses depois, os estudantes ganhavam o primeiro livro, pois estavam alfabetizados. Tanto que criou seu próprio método de ensinar as vogais: "Sou pequena e sou magrinha e de mim ninguém se esqueça, pois trago sempre um pingo em cima da cabeça!"
Existiam diversas histórias como professora, ao ponto de pedir para que algumas pessoas colocassem seus filhos em suas aulas. Entre outras diversas boas ações dessa pessoa impressionante dentro da história na educação isabelense.
A primeira professora de gerações. Jornal Ouvidor. Igaratá. 17 de Outubro de 2020. p. 11.
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