sexta-feira, 30 de julho de 2021

Texto da revista Santa Isabel 73' em "Homenagem ao Clube Isabelense de Arte Fotográfica FOTOGRAFIA:- ARTE

"                                                                                                                              Raul Elteberg _ FCCB.
Hon. Efiap, ARPS. 
Hon. BSC., FNPAS, PSA*** 
Foto O Temporal de Francisco Sanches Baptista
A maior das satisfações do homem é ver realizado um desejo. O anseio de perfeição e superação que nos anima a buscar um caminho novo, é uma das bases onde se assenta nossa personalidade. Um homem pode sentir-se realizado de inúmeras maneiras, e o conselho mais antigo que conhecemos diz que para a vida ter finalidade é necessário termos um filho, plantarmos uma árvore e escrevermos um livro. O que quer dizer que o homem busca em sua existência a continuidade através de um correlacionamento com a transmissão da vida materializada na continuação de seu ser e na produção de seres vivos vegetais, mas também na fabricação de elementos que irão servir de apoio ao espírito, à alma e à mente, que são os detalhes que nos distinguem dos animais inferiores.
Ter um filho, é ver-se continuado.
Plantar uma árvore, é dar sequência à vida.
Escrever um livro, é alimentar a mente.

Através destes três modos o homem tenta se perpetuar e ser lembrado pelos que o sucederão.

Mas, não é somente escrever que alimenta o espírito. Se a transmissão de conhecimentos, de cultura e civilização se faz pela palavra, não somente falada, mas também impressa, outros meios existem para a continuidade de uma maneira de ver. 

A arte de um modo geral, é a sublimação da ânsia de perfeição e de transmissão, que empurra a humanidade para a frente.

As artes dinâmicas, como o teatro, a poesia e a dança, representam um entrosamento com a realidade quotidiana de um modo vivo e ativo.

O cinema é o filho mais novo deste tipo de arte.

As artes estáticas, como a escultura, a arquitetura e a pintura, representam, dentro do nosso padrão, a perpetuação de um momento acontecido, porém imaginário, pois nada na natureza é fixo.

A fotografia é a filha mais moça deste tipo de produção artística.

Produto final de um progresso contínuo, a fotografia, que é resultado de uma materialização físico-química da luz, é capaz de, tão bem como qualquer das outras categorias artísticas mais antigas, nos transmitir mensagens de amor, ódio, paz e indiferença, como suas irmãs mais velhas.

Foto Cecilia do Dr. Jurandir Barbosa Lima
Se a perpetuação de uma mensagem através da palavra pode emocionar, uma imagem poderá dizer o mesmo que mil palavras. A dificuldade maior reside não só na transmissão desta mensagem, como também do modo como ela se verifica. Não basta simplesmente realizar todos os passos técnicos para obtermos uma imagem fotográfica com conotações artísticas. O que faz realmente compreendida a mensagem, seja ela objetiva ou subjetiva, espiritual ou estética, é a presença do autor atrás do visor, da mente sobrepondo-se ao assunto, do olho observando a lente.

A transformação do mundo se faz da maneira de ver de cada um. De cada personalidade resulta uma obra. De cada época forma-se uma cultura padrão. O homem se continua na projeção de seus feitos.

As imagens por um fotógrafo não serão simplesmente o registro de um fato, de uma situação, se a personalidade do autor for capaz de transformar a realidade existente sob seu ponto de vista individual. Basta uma mudança de posição e de ângulo, para que um simples documentário se transforme em uma obra que poderá dar aos que a vêem, oportunidade de alargar seu espírito. Basta dominar a máquina para engrandecer o homem.

A máquina é um meio, a fotografia um dos caminhos, a divulgação uma necessidade de comunicação e de transmissão, mas a finalidade definitiva é a perpetuação, o futuro, à Humanidade."

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Fernanda Lima: a fotografa de diversos talentos


Aqui eu deixo a própria artista se apresentar com esse texto. Aproveitem.

"Meu nome é Fernanda, costumam me chamar de Fernanda Lima. Sou mãe de 3 diamantes raros, o Renato, a Lavínia e a Lorena. Sou esposa do Roberto, décima filha da dona Rosalina e seu Francisco. Nasci em Santa Isabel, uma cidade linda.   

Antes de “estar” fotógrafa (e digo estar, porque acredito que a vida é movimento e tenho habilidades para outras coisas também) eu fui locutora. Na verdade, essa foi a primeira profissão que tive na vida, foi o amor que conheci, assim que comecei a viver. Desde pequena eu falava com o Eli Corrêa pelo fio do rádio relógio, da minha mãe. Foi este mundo do rádio, que me levou a ser quem sou e também chegar onde cheguei. 

Não posso falar da minha trajetória, sem citar um cara que foi e é muito importante para mim, Vicente Orrico! Eu digo que ele é o meu pai do rádio. Aos 11 anos de idade tive a oportunidade de ter meu primeiro trabalho, e foi ele quem me encontrou e disse que eu teria futuro neste meio. Por uns momentos eu até acreditei nisso (rsrs). Foi ele também quem me deu este nome artístico, pois eu tinha um terceiro nome, mas segundo ele o “Lima” soaria melhor. 

Tive acesso ao mundo artístico e a muitas personalidades.  Entrevistei muitas delas também, e com o rádio aprendi a me comunicar melhor. Tenho isso também de meu pai, o Sr. Francisco, que era o grande responsável para gritar ao mundo que a filhinha dele era a “Fernandinha Lima”. Hoje não o tenho mais, porém esse meu jeito de querer resolver o mundo é algo que trago dele. A minha mãe eu trouxe a força e a persistência, ela é a mulher mais forte que já conheci, e também sei que a dou muito orgulho. 

Saí da escola sem muita ideia do que seria da minha vida, eu não teria condições alguma de fazer faculdade, mas eu queria! Minha irmã, quase mãe Ivânia, mesmo morando longe, me ligou como de costume, e notou uma certa tristeza na minha voz. Falei a ela sobre essa vontade de estudar. "Mana vai e faz. A gente dá um jeito". O primeiro mês ela me ajudou. Neste mesmo ano, seis meses depois, foi lançado o programa “Escola da família” e eu fui uma das primeiras a ser contemplada e, apesar de ser uma “Bolsa de Estudos”, eu trabalhava e muito. Trabalhava nos finais de semana e, durante a semana também tínhamos encontros na escola, além é claro, de ter que trabalhar em outra função para me sustentar. A noite ia para a faculdade. Eu tinha uma amiga, uma irmã na verdade, Andréia Silva (infelizmente não a tenho mais aqui) que me ajudou muito. Pois, muitas das vezes eu  não conseguia acompanhar as aulas, dormia, e às vezes não tinha tempo de comer. Estava “sumindo”.  

Neste mesmo período eu fazia um estágio na Metropolitana de Suzano, onde aprendi muita coisa, mas não pude continuar, pois os horários ficaram apertados e eu realmente não iria aguentar. Optei então, por continuar na faculdade e deixei para trás a realização de um sonho. Minha amiga Andreia, com toda a paciência que Deus lhe deu, me ensinava, fazia trabalhos comigo. Inclusive até um estágio na rádio fizemos, para que eu não perdesse as oportunidades, pois dentro do cronograma de 3 trabalhos não sobraria tempo para estágio. Ela se sacrificava para estar ali comigo, fazendo isso. Foi neste período que conheci o amor da minha vida.... Numa entrevista na rádio. Daquele dia em diante a minha vida mudaria. 

Em 2006 fiz um curso de Cerimonial e Organização de Eventos. De início eu ainda não sabia o que fazer com esta função, mas dois anos depois fiz o primeiro casamento da minha vida, acompanhada de Celso Ricardo, que também é um grande profissional da voz. O mundo das festas e eventos começaram a fazer parte da minha vida. 

Minha ideia sempre foi fazer Jornalismo e seguir neste meio, porém não foi possível por questões financeiras. Depois de um tempo me tornei Jornalista, e neste mundo conheci a fotografia. Foi amor à primeira vista! Na verdade, eu já era fotógrafa e não sabia. Nas festas em casa e com os amigos, era eu quem tirava as fotos, e “cá entre nós ninguém tirava foto melhor do que a Fernanda aqui”. Era horrível quando alguém me fotografava, nunca saía boa a foto. Eu fotografei com câmera manual, aquela de filme que você tinha que esperar 15 dias para ver as fotos. E pasmem, queimavam poucas fotos hein rs. 

Foi no ano de 2012 que ganhei a minha primeira câmera profissional, era apenas para brincar de fazer fotos em casa. Eu tinha feito um pequeno curso dentro da área jornalística, mas mesmo assim não passava pela minha cabeça ser fotógrafa profissional. 

Surgiram os primeiros ensaios, de amigos, depois de parentes, e assim por diante. Surgiu o primeiro casamento. Eu amei fazer ensaios, mas quando fiz o primeiro casamento, foi outro amor à primeira vista! Era aquilo que eu queria fazer. 

Mas desde sempre, nunca curti muito aquele negócio de fotos posadas, aquela coisa chapada, não! Eu gostava de captar o momento, o choro, o riso. Aí fui descobrindo que este estilo era o fotojornalismo, e era este então, que eu queria levar para a minha vida. 

Nunca parei de estudar fotografia, todos os meses algo novo surge. Estudei com Everton Rosa, com o qual aprendi a “street weedding” e me apaixonei mais ainda, afinal além de fotógrafa eu era Celebrante, e este estilo era exatamente a ligação dos dois ramos. O street weedding é um estilo de casamento de rua, onde são apenas os noivos num local diferente. É algo para um artigo inteiro só disso, se quiserem saber mais podem me chamar, que esclareço melhor. 

Fiz vários outros cursos de fotografia, e ainda os faço. O fotógrafo bom é aquele que entende que nunca sabe tudo, ele sempre está em busca de algo novo, porque a fotografia é a luz em movimento, todos os dias algo novo acontece e você precisa estar ligado nisso. 

Eu me baseio em fotografias estrangeiras, mas também curto muitos fotógrafos brasileiros. 

Todos os casamentos que fiz são especiais, não tem o melhor entre eles, mas tem alguns que marcaram a minha vida, mas para não gerar ciúme eu prefiro não comentar, ok? Porém um recente, o qual me chamou bastante a atenção, foi o casamento de um Sargento. Logo ao final da cerimônia, um Policial Militar se dirigiu até o altar. E muito rapidamente captei, aquele cumprimento que fazem, eu peguei bem na hora. Estávamos nos preparando para sair e de repente aconteceu. Se eu tivesse pensado um segundo, ou olhado para o lado, teria perdido o click. Isso é fotojornalismo!  

Um outro casamento que também foi diferente, aconteceu na Igreja Nossa Senhora Aparecida, aqui em Santa Isabel. A entrada da criança, com a aliança é algo que a gente precisa estar muito atento, mas a criança em questão não quis entrar. A irmã mais velha a pegou no colo e plenamente calma, entrou com ela no colo. Foi um dos registros mais lindos e singelos que já fiz. 

Eu sempre brinco que tiro foto em 360 graus. Enquanto os noivos se casam, já olhei para os lados e peguei a mãe chorando, com o buquê da filha no colo. No casamento é tudo muito dinâmico, e o fotógrafo precisa estar ligado em tudo, olhando tudo a sua volta, porque o casamento não acontece só ali no altar, ele está acontecendo com tudo o que está a nossa volta, e tudo merece ser eternizado. 

Depois de um tempo fiz um curso especial de ensaio sensual e nú. Entre os professores estava JR Duran, o fotógrafo chefe da Play Boy. Aprendi muita coisa! Ele possui um conhecimento impar e muito admirável. Hoje em dia vemos muita gente fazendo este tipo de ensaio, mas é extremamente importante saber conduzir um ensaio deste. Ter discrição, calma, saber conduzir a modelo no seu melhor ângulo, para que a edição em programas seja a menor necessária. O sensual diferente do que as pessoas pensam, não é um ensaio sem roupa! A sensualidade está no olhar, no modo de sentar, na posição das mãos e até mesmo na maneira de segurar um copo. Existe um tabu em torno de fazer ou não este tipo de foto, achando que é necessário tirar a roupa. Claro que faço estes também, vai de cada estilo, porém os sensuais mais lindos que já fiz, as modelos estavam completamente vestidas. Nós mulheres merecemos, precisamos e na verdade devemos ter um momento deste. Eu sempre faço minhas fotos, eu gosto! Faz bem. Após o ensaio eu me sinto tão poderosa, que dá vontade de mudar o mundo. E é exatamente essa a sensação, que minhas clientes maravilhosas dizem que sentem, após o resultado do ensaio. Na verdade, logo que acaba, sem antes ter visto o resultado final, elas já me mandam mensagens dizendo como estão se sentindo bem.  

O que posso dizer a vocês é que a vida é fácil sim, depende do ponto de vista e do ângulo que você observa. Se você ainda não chegou onde quer ou onde precisa, é porque ainda não entendeu que merece isso. Quando entendemos o que merecemos, nós passamos a possuir aquilo. E também não tenha medo de mudar, quando algo não vai para a frente, não estamos plantados, somos seres vivos, em movimento, então mexam-se! 

Tive e as vezes ainda tenho sim, muitas pedras no meu caminho, mas eu sempre as vejo como objeto de decoração, da longa jornada que estou fazendo. 

Obrigada Eduardo, pela oportunidade de mostrar um pouco do que sou, de quem sou!" 



domingo, 25 de julho de 2021

O livro A Vila de Santa Izabel por Luiz Cláudio Melo

Assim como alguns outros, existem pessoas que pesquisaram sobre a história de Santa Isabel de um modo bem superficial. O que não significa que eles não tenham dados preciosos que podem ser usados para contar um registro sobre o município. É o que acontece com A Vila de Santa Izabel.
O título desse jeito faz referência a como era chamada Santa Isabel, na época após sua fundação. Luiz Claúdio Melo queria contextualizar isso de uma forma textual.
Para isso ele contou com a ajuda do padre João Batista Moura, então encarregado da Paróquia de Santa Isabel, que lhe deixou ler os escritos do Livro do Tombo da Paróquia e lhe cedeu seu escritório para o ler registrar. Além de ter o auxílio das funcionárias administrativas da Câmara Municipal, que lhe deixaram livremente ler as atas, desde o Império até o século XX. E com autorização do vereador Clóvis Vieira Porto.
O problema é que além do livro não estar bem estruturado (ele está apenas em arquivo de Word, para download, não possuindo cuidado com tamanho de letras e erros de gramática), algumas outras fontes são pouco confiáveis: nota-se que no final ele usou a Wikipédia para colocar os dados geográficos, pois até as letras combinam com a "enciclopédia virtual".
Ainda assim, há alguns fatos curiosos que são importantes de ser citados. Como figuras "folclóricas", Chico da Marvina.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Pâmela Albuquerque: música que encanta a alma


A primeira coisa que farei aqui é um pedido de desculpas para Pâmela. Pois eu perdi o primeiro texto que ela me enviou para postar sobre seu trabalho, já faz alguns anos. Eu sempre tive problemas com relação a arquivos pois não mexia muito com OneDrive (que foi uma grande falha) e meu computadores sempre davam algum problema (como último que queimou tudo, menos a placa mãe). E por conta disso, as respostas dessa segunda vez podem parecer desanimadas. Mas a compreendo.
A valorização dos artistas na cidade nunca ocorreu da forma correta, mesmo quando surgiram a Secretária de Cultura, o Conselho de Cultura e o Centro de Memória Visual Chico Fotógrafo. É mais provável que amigos, artistas e alunos desses artistas valorizem mais o trabalho, do que a prefeitura em todas as gestões. Então, especialmente agora, devo corrigir isso colocando esse pedido de desculpas e valorizando seu trabalho.

Na família de Pâmela Albuquerque tem alguns músicos e quando criança começou a estudar piano (6 anos) com sua tia que é maestrina
Ela não tem uma influência artística precisa. Sempre amou artes e a música era o único momento em que podia ser ela de verdade
Começou aos 14 anos em São Paulo, onde morava antigamente.
Auxiliava sua tia com os alunos que estavam começando no caso apenas pianos e teclado
Entrou para dar aulas na Prefeitura de Santa Isabel aos 15 anos CiEE e tem formação pelo Em&t.
Entre os eventos que participou foram muitos mesmo. Ela perderia conta. Em Santa isabel, participou da Paixão de Cristo, cantou em alguns grupos, big band, gravou cd (como o projeto Fábrica de Sonhos), em projetos (como Canta Massa).
Se ela pontuasse tudo. A lista ficaria extensa
Ela sabe tocar piano, teclado e canta (técnico). Apesar da faculdade de música não terminada, é uma prova de determinação.
No momento ela não está em nenhum projeto.
Segundo ela, a "arte pode lhe trazer ao mundo da fantasia, pode gerar sustento, forca e autonomia.
A música salva, alegra e contribui para a saúde e cultura. Porém se você mora numa cidade como Santa Isabel... Não seja artista.
Esta cidade tem a capacidade de matar qualquer artista e projeto cultural. Pois só veem como cultura o que desejam ver
Foram  mais de 17 anos trabalhando nesta cidade e percebo que a cada ano fica impossível viver daquilo que sonhávamos quando pequeno.
É injusto e nos fazem perder a dignidade do trabalho nos oferecendo o mínimo... Pois o artista não faz nada. 
Sinto-me oprimida nesta cidade. Definitivamente cansei.
Sou apenas mais uma que eles matam no ninho."
E eu assino embaixo no que ela diz aqui. Pois já compreendi a triste visão da prefeitura sobre a arte em Santa Isabel.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Entrevista de José Raymundo Lobo para a revista Santa Isabel 73'

A própria revista fala sobre o que ele fez, mas reitero: exerceu os cargos de secretário da prefeitura, ajudante habilitado do cartório do segundo ofício, escrivão de polícia, assumiu o cargo de prefeito em 3 de Outubro de 1951.
Ele se expressou assim sobre a cidade:
"A nossa Cidade, se assim me permitem dizer, desde a inauguração da Via Dutra, a grande artéria que liga as maiores capitais do País, vem dia a dia adquirindo ares de importância com um movimento comercial e industrial e, aliás, cultural, que bem diz de seu progresso.

Pelo andar do adiantamento cultural da mocidade que ai está, e ilustrando nos centros vizinhos, pelo desenvolvimento industrial e comercial com empreendimentos vultosos na Cidade, é de se prever para muito breve, mesmo antes de 10 anos, uma Santa Isabel a altura dos nossos anseios, não obstante o acidentado de seu solo.

Santa Isabel, a meu ver já está integrada no progresso Agora, o que é necessário, é não parar. Avançar cada vez mais, cabendo aos poderes públicos a observância das prementes necessidades de mais urgência, que o progresso exige."

Sobre a revista Santa Isabel 73' disse

"Uma Revista, assim, dessa ordem, sem dúvida alguma servirá de veículo informativo não só para nós, como também e principalmente para a posteridade".

domingo, 18 de julho de 2021

Boi Nobre: um empreendimento de verdadeira qualidade em Santa Isabel

Empreendimentos muitas vezes fazem parte da história da cidade. E quando falamos de um que possuí extrema qualidade, esse é o Boi Nobre.
Localizado na Avenida Manoel Ferraz de Campos Sales, 667, é difícil não notar a fila que é feita para obter suas carnes.
Depois de aprender o ofício de açougueiro, Cido o dono, batalhou para ter seu próprio negócio e se tornar referência na cidade. Ele trabalhou mais de 30 anos em uma empresa onde seu chefe na época, lhe ensinou muito de administração. E para isso, vendeu uma propriedade e comprou uma loja que era bem pequena ainda. 
Além de tudo que já estamos acostumados (carnes bovinas, suínas, entre outras) há uma grande variedade de cortes especiais do tradicional. 
Cido ama tanto seu trabalho, que ele é responsável pelos cortes até hoje. Separando cada parte como se fosse uma terapia. E sua equipe está sempre se atualizando e inovando, seja com novos corte ou temperos, por exemplo.
Geraldo Aparecido da Silva, o Cido do Boi Nobre está nesse seguimento comercial de carnes há mais de 40 anos. Sendo que ele o faz desde de adolescente. 

ENTREVISTA com "Cido do Boi Nobre". Revista Inovar. Santa Isabel. Julho de 2021. p. 16.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

(Espaço Aberto Brasil-EUA) Um relato de imigração nos Estados Unidos

Eu não queria estrear esses textos dessa forma, mas talvez, mais para a frente, eu possa fazer isso de um modo melhor e mais bacana. E com melhores notícias. Mas aqui deixo um relato de E..

Em 2021, E., pedagoga, teria ido para morar no Estados Unidos da América. Junto com ela foram seu marido M. e seu filho J...
Entretanto, não foi o mar de rosas que muitos imaginam.
A seguir, um relato dela sobre como foi o processo deles para imigrar nos States. Ela tinha enviado a uma amiga e depois, a E. enviou para mim.

"M. e eu já queríamos ir prós EUA desde 2019 né, você lembra que eu falava isso na faculdade. Que iríamos dar um jeito, só não sabíamos como ia ser e quando por questões financeiras. 

E então o pai dele veio a falecer de covid esse ano, agora em Março. A herança foi dívida entre os 8 irmãos. Mas ainda assim não era o suficiente pra gente vir, vendemos tudo! Praticamente. Carro, moto, ainda tem umas coisas nossas de casa como móveis para vender. E viemos. 

A vinda pra cá veio daquela forma sabe, pelo cai cai no México. Nós embarcamos na sexta feira da semana passada, no domingo às 9 da noite nos entregamos. 

A viagem até Tijuana foi maravilhosa, ficamos em hotel, tudo do bom e do melhor ( claro, nada 5 estrelas) mas depois que atravessamos e nos entregamos a imigração americana. 

😶 Foi a coisa mais tensa, ficamos 5 dias presos. Presos literalmente, M. eu e J. em uma cadeia. Eles apenas não separaram as mães dos filhos sabe, mas eu dormi num colchonete no chão com o J. cobertos com uma manta térmica, mais parecida com papel alumínio. 

Nunca nos faltou o que comer, mas a tristeza e o arrependimento e o medo se faziam presentes. 

Eu nunca fiquei tanto tempo sem comer, não tinha fome. Chorava pelo João, por medo de perder o M., medo de ser presa e ir pra federal, medo de ir pra longe dele e ficar sozinha... Por eu ter ansiedade eu sofria mais ainda, porque eu pensava em tudo, em cada detalhe que nem tinha importância. 

Consegui ver ele lá na cadeia na quarta feira, foi igual cena de filme, ou do que você vê das pessoas na tv quando pedem asilo nos EUA. Nada daquilo é mentira. É muita angustia, humilhação, DIAS sem tomar banho! Fedendo suor... Horrível. 

Na quarta feira a tarde fomos transferidos de prisão, pra uma em Los Angeles. Lá era melhor, mais limpo e organizado. Assinamos nossos documentos pedindo o asilo e proteção do país na Quinta feira, e na sexta às 9:30 da manhã fomos liberados. 

Fizemos teste de covid antes de ser liberados, e então ficamos sobre a tutela do Governo Americano. Estamos resguardados da lei, aguardando o processo na corte que vai acontecer em Setembro. 

Na sexta fomos para um abrigo, tinha tudo do bom e do melhor, brinquedo pro J., comida de verdade, banho, cama! Tudo o que você pode imaginar. Não nos faltou nada, assim como não nos faltou na prisão. 

Mas eu ainda tenho um pouco de receio, por tudo o que eu passei ao longo desses dias. 

Estou indo morar em Massachusetts. O governo sabe, está em nossos documentos. E também o M. está com tornozeleira, igual de bandido aí no Brasil. 

Fica sendo monitorado 24h por dia para ver se realmente não irá cometer crimes, ou qualquer outra coisa que fuja das regras dos EUA. 


Fora isso estamos bem."

terça-feira, 13 de julho de 2021

Artistas apresentam seus trabalhos em mostra online, pela Lei Aldir Blanc


No período de 2020, surgiu a Lei Aldir Blanc (Lei n 14.017/2020), aprovada em Junho desse ano. Seu propósito foi ajudar financeiramente artistas, apoiando o setor cultural. Devido a pandemia de Covid-19 que começou em 2019.
Por isso, a prefeitura de Santa Isabel estava oferecendo conteúdo cultural para todos que buscam entretenimento artístico durante a quarentena de prevenção ao novo coronavírus. A ideia era valorizar o trabalho de artistas locais que tiveram as atividades interrompidas devido a pandemia.
Entretanto, as prefeituras (assim como a de Santa Isabel) deveriam já apoiar artistas de forma mais direta, antes disso. Pois se ocorresse auxílio de divulgação deles em tempos atrás, talvez a situação nesse período não tivesse sido tão complicada.

sábado, 10 de julho de 2021

Poesia "Milagre das Rosas" (da Rainha Santa Isabel)

O que mais caracteriza a vida admirável de Santa Isabel, Rainha de Portugal, é o suave e maravilhoso milagre das rosas. Isso está descrito também na seguinte poesia.

Mas ela el-rei que aparece
que vinha de passear,
com sua corte brilhante
e vilo a rainha a saudar:
que fazeis, senhora minha,
com essa gente a gritar?

Porque saiste sozinha,
que vos podem fazer mal?
Que esconde vosso regaço,
rainha de Portugal?
E a rainha que não queria
sua humildade mostrar,
a el-rei responde logo:
eu ia pelos caminhos,
ia só a passear;
Talhou-me este pobre povo
que me estava a festejar;
e o que levo no regaço
são flores de bom cheirar

Logo se abriu o regaço 
por milagre de pasmar,
e do ouro, prata ou cobre
não havia nem sinal
Eram tudo lindas flores
as mais lindas do lugar,
que por milagre divino
ali vieram brotar

Lá vai a Rainha Santa
com el-rei de Portugal;
na cabeça da Rainha
um resplendor a alumiar.
E feito de ouro e de prata
com que ela andava a esmolar
o resplendor brilha tanto;
sua lua é de cegar
Lembra a Rainha uma Santa
postinha agora no altar!

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Hino a Santa Isabel baseado em texto de Portugal

Em crença humilde e piedosa
Bem cedo esposa fiel
Na santa fé religiosa
Feliz foi santa Isabel

Guia e amparo da pobreza
Sempre disse com bondade
"Deus me deu trono e riqueza
Pra fazer caridade"

De poder e graça incríveis
Seus milagres foram tantos
Que curou as feridas horríveis
Com seus beijos sacrossantos

Com suas preces tão fervorosas
Com bondade tão sem par
Transformou em lindas rosas
As esmolas que ia levar

Vosso amor foi a força divina
Para restaurar a Paz
Com suprema coragem heroina
Fez cessar lutas e ódios mortais

Guiai nossa mocidade
Nesta vida tão cruel
Dai-nos fé, amor, bondade
Salvai-nos Santa Isabel

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Registro de venda de um sítio

Como o próprio texto diz, vemos aqui a "Escritura de Venda de um sítio no Bairro do Jaguari com três casas cobertas de palha e uma coberta de telha com parede demão, outorgada por Inácio de Araújo e sua mulher Francisca Correa Pinta à Antonio de Camargo por 400$000, em 24 de Junho de 1842."
Talvez um dos primeiros arquivos de Santa Isabel.


sábado, 3 de julho de 2021

Lendas de Santa Isabel: O milagre das rosas de Santa Isabel

Apesar da lenda não ter ocorrido na cidade de Santa Isabel, ela possuí uma grande relação com o nome de nossa cidade:

Segundo reza a lenda, D. Isabel tinha o hábito de sair de manha com pão e outros víveres para dar aos pobres e desfavorecidos. Avisado do peso que este hábito estava a ter sobre o tesouro real e de que estas actividades pouco decorosas, D. Dinis decide verificar por ele próprio e numa gélida manhã de Inverno segue D. Isabel.
Após notar que D. Isabel levava algo escondido no seu regaço, surpreende-a perguntando onde ir tão cedo, ao que D. Isabel responde ao convento. Não satisfeito com a resposta D. Dinis insiste questionando:
– “O que levais aí?”
Ao que D. Isabel replica com a famosíssima frase:
– “São rosas, meu senhor!”
D. Dinis, com a certeza de que seria pão e outras esmolas, diz:
– “Rosas? Em Janeiro? Ousais mentir-me?”
Obrigada a mostrar o seu regaço, D.Isabel levanta o manto, e nesse mesmo momento para espanto e burburinho de todos o pão que levava transforma-se em belíssimas rosas de Inverno.
O Rei, surpreendido pelas rosas, pede desculpa à Rainha seguindo esta o seu caminho. O povo que ali se tinha juntado sabendo perfeitamente que a rainha levava pão e esmolas como era seu hábito, e que apenas um milagre poderia justificar o acontecimento começou a trata-la como Rainha Santa Isabel.
Existem muitas versões sobre o milagre das rosas da rainha Santa Isabel de Portugal e vários possíveis locais onde podem ter acontecido. Os dois locais mais usuais são o Castelo do Sabugal e o mosteiro de Santa Clara em Coimbra. Mas também Tomar, Alenquer, Leiria e Estremoz clamam ter sido o local onde o milagre ocorreu.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

O Milagre das Rosas por Nenete e Dorinho


Uma página musical das mais bonitas e das mais interessantes da nossa música sertaneja. A toada que resgata a história da Rainha Isabel de Aragão – Espanha. Que se casou com Dom Dinis, Rei de Portugal, e se tornou Rainha de Portugal. A composição é do Padre Ciro Torino, que foi, por muitos anos, o Vigário da Igreja de Santa Isabel, na Vila Santa Isabel, na cidade de São Paulo.
Há uma história que pouca gente conhece: O Nenete foi parceiro do Luizinho. Cantou e gravou com o nome de Limeira no Trio Luizinho, Limeira e Zezinha entre 1952 a 1.954. Quando ele deixou o trio, em final de 54, eles estavam ensaiando duas músicas com  esperança de grande sucesso. Uma era esta “O Milagre das Rosas”, a outro “O Menino da Porteira”. A separação foi amigável e os dois se entendiam bem. Como as duas músicas eram promessas de muito sucesso, combinaram; o Luizinho ficaria com “O Menino da Porteira” e o Nenete levaria consigo “O Milagre das Rosas”. Assim que deixou o trio o Nenete encontrou seu novo parceiro e formou sua nova dupla – Nenete e Dorinho. Esta é considerada a primeira gravação de Nenete e Dorinho porque está no lado A do primeiro disco lançado com a dupla. 78 rotações – 80.1490 gravado em junho e lançado em setembro de 1.955. Participam desta gravação, além de Nenete e Dorinho, Alberto Calçada no acordeom, Carlinhos Mafasoli no órgão. Não sei quem faz os violões. Talvez sejam eles mesmos – Nenete e Dorinho. A parte declamada e feita pelo grande declamador José Ângelo de Campos – o Biguá.

O Milagre das Rosas

Parte Falada

Rainha Santa Isabel quando em seu reino vivia
Era a própria caridade a quem a mão lhe estendia
Apesar da sua riqueza a ninguém desconhecia
A nobre rainha santa a pobreza socorria
Porém, o rei soberano que na opulência vivia
Proibiu a rainha santa das esmolas que fazia
Dizendo que ela humilhava a nobre soberania
Mas quando o rei se ausentava Isabel aparecia
No meio dos camponeses que choravam de alegria
Por ver sua santa rainha que em seu avental trazia
Ouro, prata e alimento que com os pobres repartia.

Cantado

E foi num desses momentos
Que o rei apareceu
E no meio da pobreza
A rainha surpreendeu
O que faz aqui senhora
Sem consentimento meu?
O que traz nesse avental
Que ao me ver logo escondeu?

Responde a rainha santa
No jardim eu fui buscar
Um ramalhete de flores
Pra nossa mesa enfeitar
Ia indo pro castelo
E parei pra descansar
Mas o rei não acreditando
Pediu pra ela mostrar.

O avental então se abriu
E o rei estremeceu
Pois o milagre divino
Nessa hora aconteceu
Em lugar de ouro e prata
Castigando o rei ateu
Lindas rosas perfumadas
No avental apareceu.

Hoje em dia Santa Isabel
É uma santa poderosa
Sua igreja é o abrigo
Da pobreza religiosa
É a protetora do lar
Esta santa milagrosa
Todo mundo já conhece
Pelo milagre das rosas.