terça-feira, 26 de maio de 2020

(Espaço Aberto Indígena) We'e'ena Tikuna:

Nesse momento eu tive a sorte de contatar We'e'ena Tikuna. Uma moça indígena que superou muitas coisas para demonstrar sua cultura hoje em dia. Especialmente agora que a população indígena está ameaçada (tanto pela ação do homem branco, quando pela doença) achei mais que necessário tratar sobre essa artista única.
We’e’ena TIKUNA é uma artista indígena do Amazonas. We'e'ena cujo nome significa “a onça que nada para o outro lado no rio”, nasceu na Terra Indígena Tikuna Umariaçu no Amazonas, Alto Rio Solimões.
Viveu na aldeia toda sua infância, é a quarta filha de Nutchametü rü Metchitücü, seu pai, nome que na cultura Tikuna quer dizer "Onça com rosto redondo e bonito ". Sua mãe se chama Totchimaüna, ''Três araras voando". Seus pais decidiram morar na capital de Manaus para seus 6 filhos estudarem.
Apesar de mudarem para capital, os pais criaram a comunidade indígena Tikuna em Manaus para que os filhos não perdessem os costumes e a tradição de povo originário. Foi assim que We'e'e'na cresceu, no entreviver de duas culturas, das tradições da aldeia aos costumes da cidade.
Sofreu racismo e foi humilhada por não falar o português, repetiu o colegial várias vezes por não entendê-lo, até os 12 anos só tinha contato com a língua nativa Tikuna, sua língua Mãe.
We'e'e'na hoje é uma mulher Guerreira que venceu todos os obstáculos e o racismo.
Através de sua história de superação ela é espelho para muitos e muitas indígenas.
We'e'e'na é Artista plástica, Cantora, Palestrante, Nutricionista, Design de moda além de Ativista dos direitos Indígenas e YouTuber. 

TACÜ NI CUNHA’Ã PA YATÜ,  PA YATÜ ?
Quem és tu ? Quem és tu, Oh! Homem.

TACÜRÜ NAGÜ KIDAU NHI’A’à CUNHà TAà CARÜ’I’I ?
Para destruir o que você não construiu?

Letra de uma das músicas de autoria de We'e'ena, ela sonha com as músicas como seus antepassados faziam. As letras falam sobre a cultura indígena, a preservação da natureza e a resistência.

Artista Plástica
O povo Tikuna é muito artístico, na cultura Tikuna se utilizam os Grafismos na pele e principalmente no rosto e nos tecidos de TURURI (fibra de árvore amazônica) e cada grafismo tem o seu significado e sua importância. Com a formação como Artista Plástica, ela desenvolveu um estudo profundo sobre os Grafismos.  
A primeira formação de We'e'ena foi de ARTISTA PLÁSTICA: É formada em Artes plásticas (no IDC- Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura do Amazonas). Conquistou prêmios, como a “melhor artista plástica indígena do Brasil” e 12 de suas obras compõem o acervo permanente de exposição no Museu Histórico de Manaus.
We’e’ena decidiu dedicar-se ao trabalho da inclusão social dos povos indígenas, através da difusão da sua arte. Após expor seus quadros na Casa da Fazenda de São Paulo, numa coletiva de vários artistas plásticos de respeito nacional e internacional, We’e’ena recebeu a medalha e certificado de reconhecimento nacional, sendo no mesmo ano homenageada como melhor artista plástica indígena pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração e pelo PRÊMIO QUALITY INTERNACIONAL DO MERCOSUL.


Cantora indígena
"Comecei a cantar cedo, ouvindo as cantorias dos anciões. Mas compor profissionalmente foi aos 18 anos. O povo Tikuna canta o tempo todo. Tem cantoria para fazer tudo, roça, pescar, botar criança pra dormir, rituais, nosso canto é sagrado: Wiyae utü’û!"

We’e’ena é uma profunda conhecedora de sua própria história e dos cânticos do seu povo, sendo compositora de inúmeras canções, conclui o seu primeiro trabalho discográfico intitulado “WE’E’ENA-ENCANTO INDÍGENA”. As letras falam da resistência cultural, da identidade, da preservação da natureza, etc. Desponta no cenário nacional cantando na língua do seu povo em eventos e aberturas destacando a Festa Nacional da Música 2017, como a 1° Indígena em participar do maior encontro da música popular brasileira. Fez inúmeras aberturas, Rio +20, Itaú Cultural, Palácio do Governo de Brasília, Revelando São Paulo, Jogos Indígenas, Festival de Bertioga, Dia internacional dos Povos Indígenas, Teatro Amazonas, FLIP 2019, Virada sustentável 2019, Educação 360. 
A versão de Marakanandé por We’e’ena Tikuna teve repercussão em todo o Brasil e hoje é considerada como hino Indígena.

Palestrante e Ativista
We'e'ena tem a força dos seus ancestrais nas suas falas, ela fala com autoridade e profundidade dos temas atuais indígenas.
Foi Presidente Nacional das Mulheres Brasileiras Indígenas pela Libra (Liga das mulheres eleitoras do Brasil). 
We'e'ena é palestrante e militante indígena convidada para inúmeros debates, universidades e fóruns. Itaú Cultural, FLIP 2019, Universidade de Anhanguera, Rio +20, Museu Do Amanha, Educação 360, Virada sustentável Rio de Janeiro, SESC. Atualmente vem realizando shows e palestras sobre a cultura indígena e o meio ambiente como agente ambiental do IBDN -Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza.


Nutricionista 
We'e'ena hoje é Dra. foi a primeira indígena do povo TIKUNA a se formar como Bacharel em Nutrição, Formou- se pela Universidade Anhanguera de SP, trabalhou em clínicas como a ALAMED – ESPAÇO TERAPIA e na Clínica Medicina OCUPACIONAL em SP, atualmente é colunista da "Revista conexão mulher”.
Como Chef Indígena formou parte do livro "Isto não é (apenas) um livro de receitas - é um jeito de mudar o mundo", idealizada pelo Instituto Comida do Amanhã que reúne artigos de especialistas e renomados Chefs.
We'e'ena faz uma reeducação alimentar usando os princípios da alimentação Orgânica, Sustentável e usando elementos da alimentação Indígena na qual ela é especialista.
Hoje tem sua Clínica de atendimento Nutricional em Ipanema Rio de Janeiro. 

Moda : WE'E'ENA TIKUNA - ARTE INDÍGENA
Primeira Grife de Moda Indígena contemporânea, desenhada e projetada por uma própria INDÍGENA NATIVA BRASILEIRA.
We’e’ena esteve presente no Eco Fashion Week de São Paulo apresentando sua marca nas passarelas com grande êxito. Foi convidada para a próxima edição do Eco Fashion Week de Milão 2020.
Como nasceu a Grife, a Marca, a Ideia: 
We’e’ena TIkuna- Arte Indígena nasceu do preconceito e do racismo. 
O não conhecimento da verdadeira história do povo indígena Brasileiro.
É a primeira Grife de Moda indígena contemporânea projetada inteiramente por uma indígena nativa, sem intermediários, sem ser tutelados, nós os Indígenas somos os próprios protagonistas. 
A marca trabalha exclusivamente com tecido de algodão e algumas misturas de fibras de tururi , a pintura dos grafismos são manuais, as peças são feitas uma por uma por We’e’ena Tikuna , as pinturas nos tecidos são de tingimentos naturais (jenipapo, urucum) e estamparia com os grafismos nativos, escolhi o algodão por que é orgânico além de desenvolver a criação das modelagem das peças. 
"Como eu moro na cidade, não posso ter o meu corpo pintado em todas as ocasiões. Sofri preconceito na cidade com as minhas pinturas corporais e as minhas roupas nativas. Vencendo o racismo nasceu minha Grife".
"Há 12 anos que eu faço e desenho as minhas próprias roupas indígenas, e hoje esse sonho se torna realidade."
"É importante a visibilidade indígena nos tempos atuais, toda Arte é forma de resistência. Com minhas peças de Moda quero dar visibilidade a cultura indígena, a mulher indígena, a beleza das criações de artistas contemporâneos como eu que lutam pela causa indígena. Meus desfiles tem a minha trilha sonora indígena, os modelos são maioria ou totalidade indígena criando oportunidades e sonhos."
"Toda a minha ancestralidade eu passo para cada peça de moda desenhada e adiciono uns charmes de contemporaneidade, porque nós indígenas somos atuais, não é?"
"Os nossos Grafismos indígenas sempre chamaram a atenção de historiadores, escritores e viajantes, desde a chegada dos primeiros homens brancos no Brasil."
"Nós os povos indígenas utilizamos a pintura corporal como meio de expressão ligado aos diversos manifestações culturais do nosso povo. Para cada festa há uma pintura específica: luta, caça, casamento, morte. Todo nosso ritual é retratado na pintura corporal, é a expressão artística mais intensa das nossas pinturas."
"A pintura corporal indígena é o elo de transmissão das informações, ricas em significados. É um sistema de comunicação visual, em que a maioria das nossas pinturas no corpo tem um significado seja da fauna, da flora, do rio, da floresta ou de objetos de uso cotidiano."
"Os grafismos Tikuna, são representado pelos animais do céu e da terra. O povo Tikuna é conhecido pelos clãs e pela arte e pelas pinturas no rosto onde são representadas por símbolos de animais, os grafismos corporais são mostradas no vestimento dos homens mascarados que são um tecidos feitos de tururi que é uma fibra de madeira.  As nossas tintas são feitas de urucum, jenipapo ou babaçu na maioria das vezes de barro amarela e palmeiras.'
"Os Grafismos indígenas ultrapassam o desejo da beleza, e trata-se sim, de um código de comunicação complexo, que para nós indígenas representa a cultura e tradição."
"Eu crio olhando para nossa ancestralidade mas também olhando para nosso futuro…"

We’e’ena também tem um canal no Youtube onde divulga seu trabalho Artístico:
https://www.youtube.com/user/weenaticuna

Site sobre Moda e Arte Indígena:
www.weenatikuna.com

CONTATO:
O conhecimento sobre Arte e Cultura Indígena de We’e'ena é muito amplo. Ela pinta, desenha Moda, Canta na língua Tikuna, fala sobre temas profundos da Cultura Indígena, Nutrição indígena, visibilidade da Mulher indígena Atual, Empreendedorismo Indígena e Espiritualidade Indígena.  
Está a disposição para convites para Palestras, Oficinas, exposições, Shows e desfiles de moda.

weenaticuna@gmail.com

+55(21)99554-1608

Facebook https://www.facebook.com/weeenatikuna/

Instagram @weena_tikuna

Instagram Grife @weenatikunaarteindigena

YouTube : https://www.youtube.com/user/weenaticuna

BLOG: https://weeenatikuna.blogspot.com/?m=1




Texto obtido pela própria We'e'ena Tikuna. A quem agradeço pela oportunidade de citar no Forte da História e Espaço Aberto SI. Mostrando uma pequena parte dessa cultura tão vasta.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Lendas de Santa Isabel: Mula-Sem-Cabeça

Segundo a versão de Santa Isabel para essa lenda, ela surge quando há o namoro proibido da comadre com o compadre. Depois de sete anos eles viram Mula-Sem-Cabeça. Quem vira Mula, solta um foguinho pelo calcanhar. 
Um dos informantes da escritora Zuleika de Paula, diz que seu amigo quase morreu de medo, em Minas Gerais ao ver este ser. Estando no mato, ele notou no calcanhar de seu parente fogo.
Uma senhora moradora da cidade já viu a Mula-Sem-Cabeça. Estava no mandiocal e percebeu um fogaréu que acendia e apagava. No dia seguinte encontrou o rastro no chão, em uma forma circular como o fundo de uma garrafa. Com um furo no meio, onde se pode colocar uma varinha que não encontraria o fundo.
Para outra pessoa que participou das pesquisas da escritora, são duas tochas de fogo que se levantam e se encontram no ar.
A quaresma é o tempo preferido para eles brincarem juntos. Costuma a aparecer a cada sete anos. 
Para se livrar da Mula-Sem-Cabeça é necessário ou esconder os olhos, unhas e dentes, rezando com muita fé ou pôr uma tesoura aberta em uma encruzilhada.
Conta uma senhora que certa vez, já sendo tarde, vinha pela estrada quando viu luzes. Uma assobiava para outra e logo se ouvia o galope. Por isso, ela sempre levava consigo seu rosário de quinze mistérios, que seria uma defesa.
Assim como o Lobisomem, a Mula-Sem-Cabeça gosta de aparecer nas quartas e sexta-feiras. Segundo um dos entrevistados da pesquisadora, caso o compadre e a comadre não sejam de respeito (ou seja, se tiverem intimidade em vida) eles se tornam Cavalo-Sem-Cabeça e Mula-Sem-Cabeça. Eles se reúnem em pastos velhos e quando isso acontece deve se rezar TUDO que sabe. Mas as rezas mais poderosas são o Credo e a Alma de Cristo. Se verem olhos e unhas Cavalo e Mula atacam imediatamente.
Se um vivo quiser se transformar em Mula ou Cavalo-Sem-Cabeça, ao ouvir o chamado do "companheiro", deve rolar em estrume de animal e então ir ao encontro do amante.
Minha tia teria visto uma Mula-Sem-Cabeça, perto do Ouro Fino. Lá tinha uma igrejinha que já nem existe. Mas ela afirma que viu um fogo com a imagem de um cavalo grande quando era adolescente.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Covid-19 em Santa Isabel e o panorama no Brasil - Parte 1

No final de 2019, começou um fenômeno que afetou o mundo. Na verdade, uma doença. Se tratava da doença causada pelo vírus Corona. Esse nome foi dado devido a forma do vírus, mas seu nome seria Covid-19.
Esse vírus teria começado na China, mas em seguida atingiu diversos países: Itália, Espanha, Reino Unido, França, estes citados foram uns dos mais atingidos. Até mesmo os Estados Unido da América foram atingidos de forma agressiva, sendo um dos países com maior nível de mortes em um nível mundial. Talvez um dos países menos atingidos, pois se prepararam para o problema, foi Portugal por exemplo. 
Nas primeiras duas semanas, a doença matou mais de 1000 pessoas pelo mundo. No final de um mês, mais de 2000.
Enfim, em Março de 2020, o vírus atinge o Brasil. Chegando a Santa Isabel. 
Santa Isabel é até bem sortuda no início, visto que é o primeiro foco da doença no país. Mas isso não impediu a morte de pessoas. Em Abril de 2020, uma das primeiras pessoas a morrer foi Noemi Martins, uma mãe e mulher extremamente dedicada que trabalhou bastante tempo na Gibiteca.
Até a última semana, em Santa Isabel, 5 pessoas morreram pela doença em Abril. O que fera um tanto diferente de Arujá, pois até o dia 28 do mesmo mês, o número de mortes eram 2.
Uma das histórias que apareceu nesse momento de crise foi do supervisor de higienização na UPA, Júlio José da Silva. Graças ao seu trabalho e de toda sua equipe, os médicos e os enfermeiros encontram na Unidade de Pronto Atendimento um ambiente, onde resgatavam a saúde dos pacientes, foi uma missão possível.
Devemos falar também sobre o cenário político durante a pandemia. Os vereadores isabelenses rejeitam corte de metade de seus salários e aprovam projeto com apenas 10% no mês de Abril.
'Autor do pedido, Zico Eletricista exerce cargo como suplente
Um mês após a mesa diretora da Câmara Municipal de Santa Isabel apresentar projeto de lei para redução de 50% dos salários dos vereadores durante o período de quarentena, o Legislativo acabou aprovando, na sessão ordinária de quarta-feira (22), um desconto bem mais modesto. De acordo com o que ficou definido em plenário, o abatimento salarial será de 10%.
A proposta foi votada e aprovada após longo debate entre os parlamentares. Dentre os motivos, destaque para o vereador José Elói Barbosa (PSD), o Zico Eletricista, que é suplente (assumiu o cargo do vereador cassado Mauricio Platz) e foi autor da emenda sugerindo a redução do percentual que será retirado dos salários dele e dos demais colegas.
A GAZETA procurou o parlamentar para questionar os motivos que o levaram a propor a “redução da redução”, mas ele não atendeu o telefone.
CONTRÁRIOS – Votaram contra a proposta de Zico Eletricista os vereadores Marcio Pinho (DEM) e Reinaldo Nunes (Avante).
À reportagem, Marcio Pinho demonstrou o seu descontentamento com a decisão da maioria dos colegas.
“Ficou muito claro que foi uma manobra política, jogada ensaiada. Não me restou outra alternativa que não fosse o voto de protesto contra essa sórdida redução de apenas 10% dos salários, bem diferente daquilo que foi prometido lá atrás. Ficou explicito que o que se fala não se faz.”'
Comparado a São Paulo, isso se mostrou patético. A Câmara Municipal de São Paulo aprovou um corte de 30% no subsídio dos vereadores destinando o dinheiro para o combate ao coronavírus. Já aqui, a câmara se amedrontou com a ideia de ter um corte de 50%.
Márcio Pinho disse que houve uma manobra feita provavelmente pelo vereador Paulinho que confessou ter "conversado com os demais vereadores" para reduzir o desconto. Márcio ainda falou que o seu voto contrário foi de protesto. Pois os trabalhadores estavam vendo seus salários perderem 25% a 30% do valor total. Outros perderem empregos, os comerciantes tomarem prejuízos.
O vereador Jairo Furini estava completamente perdido na sessão, pedindo "questão de ordem" que é usado para textos jurídicos. O vereador Paulinho chamava o vereador Furini de caçula, depois que o segundo questionava o primeiro por ir contra suas emendas. Vários fatores seriam responsáveis por isso, segundo dizia Paulinho.
Vereadores como Zé da Mula, Angela e Ademar criticaram as atitudes contraditórias de Reinaldo Nunes: pede uma reunião para tratar sobre os 50% da redução nos subsídios, mas segundo contam Reinaldo sequer foi a Câmara para ver o projeto elaborado pelo vereador Luizão Arquiteto, embora eles ficassem esperando pela reunião.
Foi possível saber que o próprio Paulinho Investigador disse o seguinte sobre doações a quem precisava:
"Só precisa tomar cuidado porque esse ano, como terá eleições, a doação pode virar crime eleitoral! Se quer dar, dê em silêncio. Sem fazer politicagem."
Mensagem contraditória.
Enquanto isso, o vereador Ti pediu kits de higiene para famílias de baixa renda. Segundo ele, as baixas condições expunham aqueles que teriam que sair por necessidades, podendo proliferar a doença ou contaminar as pessoas. Na mesma página, mostrava que Igaratá recebia respiradores, sendo que Santa Isabel só tinha 11 até então.
Entretanto, até o dia 23 de Abril, a prefeita Fábia Porto afirmou que 80% dos leitos de UTI disponíveis na UPA da cidade já estavam ocupados. Segundo o que foi informado pela Secretária Municipal de Saúde, a taxa de ocupação de UTIs para demais doenças (fora o Covid-19) era superior. Eram 20 pacientes em leitos de enfermaria e 6 na UTI.
Um comerciante ingressou com mandado de segurança contra o Município de Santa Isabel e a Secretária de Finanças. Ele alegou que foi impedido de exercer suas atividades no dia 18 de Abril por funcionários da prefeitura, mesmo atuando em sua principal atividade, com o comércio de produtos alimentícios. A Juíza de Direito da Comarca de Guaulhos, Dra. Miriam Keiko Sanches disse:
"Há que se considerar os relatórios dúbios emitidos pela Secretária Municipal de Santa Isabel e o parecer do gabinete de Prevenção e Acompanhamento do Município de Santa Isabel."
No jornal Ouvidor, em 2 de Maio de 2020, era mostrado que os coletores de recicláveis, apesar da quarentena continuavam a trabalhar. Isso era óbvio: além de receberem bem pouco pelo material coletado sem possuir ajuda com produtos de higiene, também não teriam como obter o auxilio emergencial de 600,00 R$, visto que muitas vezes nem documentação possuíam. Lembrem que boa parte é de sem tetos.
Até o dia 1 de Maio de 2020, os maiores focos dos números de casos eram em Guarulhos, Mogi das Cruzes e Suzano do Condemat. Até o dia 30 de Abril já foram 12 óbitos na região. Em Santa Isabel 70% dos leitos de UTI de Santa Isabel já estavam ocupados. Até então, a estimativa de infectados era de 100.000. Itaquá se tornava líder das mortes por coronavírus (diz o jornal Gazeta Regional em 2 de Maio), o que forçava a tomar novas medidas sobre o isolamento. Uma das estratégias da prefeitura de Itaquá, foi avisar quais bairros tinham foco da doença. Outra medida tomada no dia 30 de Abril, foi a obrigatoriedade do uso de EPI (equipamento de proteção individual), o que faria mercados, farmácias e outros estabelecimentos ficarem responsáveis por fiscalizar isso em seus estabelecimentos. Os que descumprirem essas condições poderiam ser fechados pelo Departamento de Fiscalização e Posturas.
Um fato estranho, é por exemplo, que um DJ teve seu auxílio emergencial negado por exercer gargo eletivo negado. Mas nunca foi eleito. Ele já foi candidato, mas teve votação inexpressiva. Outros casos assim ocorreram. O arujaense Elias Martins Ferreira Vieira, conhecido como DJ Dog comentou isso ao Gazeta Regional.
Ele comentou ter conhecimento de vários casos semelhantes, inclusive de pessoas que realmente trabalharam em órgãos públicos, mas que se desligaram há anos, e que tiveram o auxílio negado pelas mesmas alegações.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Caixa, para obter mais informações sobre o caso de DJ Dog e saber qual base de dados o governo está utilizando. No entanto, não recebeu a resposta até o fechamento desta matéria.
A falha no aplicativo para obter o auxílio causou mais de uma vez aglomerações. Essa não foi a primeira vez que isso ocorreu dentro ou fora da cidade, mas talvez isso tenha ficado mais agravante em Maio, quando a população isabelense perdeu as noções de higiene que a OMS pediu. Isso demonstra não só o despreparo da prefeitura para lidar com isso, mas também a falta de senso da população, pois nem todos na fila são credenciados para obter o auxílio, além de que alguns nem precisavam dele.
A prefeitura de São Paulo, que estava nas mãos de Bruno Covas (PSDB), divulgou que o número de mortes em casa na capital cresceu 30% na comparação com o mês de Março. O governador no período, João Doria (PSDB) anunciou em entrevista coletiva no início da tarde do dia 29 de Abril que seria obrigatório o uso de máscaras para passageiros do Metrô, de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e de ônibus, administrados pelo governo do estado de São Paulo, a partir da segunda-feira, 4 de Maio. Isso se estendia também motoristas e passageiros de táxis e aplicativos de transporte, como Uber, 99 e Cabify.
Até mesmo pessoas famosas, que desacreditavam no vírus, como o apresentador Sikêra Jr., voltou atrás quando contraiu o Covid-19:
A gente acha que só pega fogo na casa do vizinho. E a vida me deu essa lição. A gente não acredita enquanto não acontece com a gente, né? Enquanto acontece com o nosso vizinho, normal. Mas quando acontece conosco, a história é outra.
Boa parte das fotos foi tirada em 8 de Maio de 2020. Mas dá para notar as falhas do pessoal na cidade: garotada reunida com máscara abaixada, mulher com criança sem máscara, tanto carro que quase causa acidente.
E mesmo sendo algo exigido pelo governador João Dória o uso de máscaras, muitos não estavam utilizando a máscara.

HISTÓRIA de quem enfrenta Covid-19. Jornal Ouvidor. Igaratá. 25 de Abril de 2020. p. 1
NO pé do ouvido. Jornal Ouvidor. Igaratá. 25 de Abril de 2020. p. 2.
VEREADOR Ti pede kits de higiene para famílias de baixa renda. Jornal Ouvidor. Igaratá. 25 de Abril de 2020. p. 6
IGARATÁ recebe respiradores. Jornal Ouvidor. Igaratá. 25 de Abril de 2020. p. 6.
JUSTIÇA considera dúbio relatório que fechou comércio. Jornal Bom Dia. Santa Isabel. 25 de Abril de 2020. p. 3.
CÂMARA aprova redução do subsídio dos vereadores. Jornal Bom Dia. Santa Isabel. 25 de Abril de 2020. p. 8.
LEITOS de UTI reservados à Covid-19 são menos ocupados que para demais doenças. Jornal Bom Dia. Santa Isabel. 25 de Abril de 2020. p. 10.
https://www.leiaogazeta.com.br/vereadores-isabelenses-rejeitam-corte-de-metade-de-seus-salarios-e-aprovam-projeto-com-apenas-10/
COLETORES de recicláveis. Jornal Ouvidor. Igaratá. 2 de Maio de 2020. p. 1
CASOS confirmados de Covid-19 aumentam 1.679,5% em abril. Jornal Ouvidor. Igaratá. 2 de Maio de 2020. p. 4.
70% dos leitos de UTI de Santa Isabel já estão ocupados. Jornal Ouvidor. Igaratá. 2 de Maio de 2020. p. 6.
SAQUE de auxílio emergencial gera fila e aglomeração. Jornal Bom Dia. Santa Isabel. 2 de Maio de 2020. p. 12.
LÍDER em mortes por coronavírus na região, Itaquá apela por isolamento. Jornal Gazeta Regional. Biritiba Mirim. 2 de Maio de 2020. p. 3.
DJ tem auxílio emergencial negado por exercer cargo eletivo, mas nunca foi eleito. Jornal Gazeta Regional. Biritiba Mirim. 2 de Maio de 2020. p 4.
NASTRI, Pedro. Em Destaque: Mortes em casas. Gazeta de S. Paulo. São Paulo. 1 de Maio de 2020. Caderno A. p. 2.
NASTRI, Pedro. Em Destaque: Uso de máscaras. Gazeta de S. Paulo. São Paulo. 1 de Maio de 2020. Caderno A. p. 2.
CURTAS: Coronavírus. Gazeta de S. Paulo. São Paulo. 1 de Maio de 2020. Caderno B. p. 4.

domingo, 3 de maio de 2020

(Espaço Aberto Biritiba Mirim) A poesia O Lamento por Raimundo Guimarães

Depois de ler o jornal Gazeta Regional (2 de Maio de 2020), aproveitei para postar esse texto lindo de Raimundo Guimarães, poeta de Biritiba Mirim. A cidade, pelo que é dito no jornal, sofre com o descaso das autoridades. De certa forma me lembrou aqui de Santa Isabel. Mas pior! Pois tanto sua comunidade está sofrendo como sua história. Fotos de "antigamente" que aparecem são até que recentes! Uma cidade tem que ter sua história salva pelos poderes!
Agora leiam um pouco sobre o escritor pelo texto do jornal e seu texto:
O poeta biritibano Raimundo Guimarães se apaixonou pela escrita ainda na adolescência e desde então não parou mais de escrever. Ele se divide entre o trabalho como servidor público em Biritiba Mirim e a caneta e o papel que traduzem seus sentimentos e pensamentos.
Em meio à pandemia de coronavírus, pela qual o mundo tem passado, Guimarães colocou nos versos o sentimento de medo e angústia que todos têm vivido.
O poema intitulado “O Lamento” fala sobre o medo que a pandemia traz aos corações, Deus e esperança.



O Lamento
por Raimundo Guimarães
A Terra está gemendo
Tanto pranto e muita dor
Morre jovem, morre velho
Ouve-se gritos de clamor
É um sinal de Deus na
Terra
Tanto corpo pelo chão
É o tal Coronavírus
Matando multidão
Médicos e enfermeiros já
não sabem o que fazer
Faz de tudo para salvar
Mas só vê gente morrer
A ciência luta e batalha
Dia e noite sem parar
Para encontrar uma
solução
E os vírus eliminar
O mundo está parando
E abalou a economia
É volta do Senhor
Está cumprindo as
profecias
Ficar dentro de casa
Causa medo e pavor
Quem sai ao retornar
Pode ser um transmissor
Tudo está parando
Mas Deus...
Deus nunca parou
Vamos orar
E jejuar
Pois a guerra não acabou

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A poesia Ilusão de Natalie Fernandes


O texto foi escrito por Natalie Fernandes, participou do Jornal do Bosque, com sua poesia Ilusão. Esse mesmo texto faz parte da Coletânea Poética da Associação Portuguesa de Poetas Lisboa/Portugal Núcleo de São Paulo/Brasil.

Ilusão

Quando fechei os meus olhos,
pensando em você...
...jurei estar lhe beijando
e sentindo a leve brisa
do seu corpo me tocando...

Mas.. ao abrir meus olhos,
percebi, que era um lindo sonho...
...um lindo sonho que para mim,
jamais haveria fim

Mas, era somente um sonho.