segunda-feira, 6 de julho de 2020

Karibê: sua história

Originária da Alemanha onde, em 1947, os irmãos Cytrinowics - Arthur, Leopold, Gustav, Henrich e seu cunhado Josef Dori - formaram uma pequena fábrica. Inicialmente com três empregados, a Karibê S/A Indústria e Comércio instalou-se no Brasil. Em fins de 1954, estabelecida na Avenida Celso Garcia, número 3.404, em São Paulo, bairro do Tatuapé, em edifício com 700 m2, empregando 100 operários. 
Crescendo, já em 1956, a Karibê transferia suas instalações para sede própria, à Rua dos Chavantes, número 719.
A partir de 1969, os diretores da empresa compraram 1.200.000 m2 de terras em Santa Isabel, para onde foram transferidos os departamentos de produção. A fábrica contava com 2000 empregados. O que significava o sustento de 6000 pessoas, contribuindo efetivamente para o desenvolvimento sócio-econômico do município.  
Entre tantas vertentes a serem abordadas quando o tema é a influência exercida pela Karibê em Santa Isabel, o nome de Jean se destaca dentre muitas figuras importantes do contexto. Ex-funcionário da também empresa têxtil Paramount, Collard era um dos trabalhadores mais reconhecidos da filial paulista de tecelagem e teve papel decisivo na vinda da Karibê para Santa Isabel.
Jean já havia escolhido uma chácara tranquila de Santa Isabel para passar seu pouco tempo de lazer quando um dos sócios da unidade de São Paulo da Karibê manifestou a Collard seu desejo de abrir uma filial da tecelagem em Santa Isabel e lhe deu a missão de encontrar um terreno espaçoso que preenchesse os requisitos para abrigar a nova filial da empresa.
Na época em que desenvolvimento não era um atrativo do qual Santa Isabel pudesse se gabar, é de se espantar que uma empresa tão importante em seu cenário de atuação escolhesse construir uma unidade em um município que tinha o mínimo de estrutura para oferecer a aquele empreendimento que entraria na história.
Mesmo assim, um italiano de nome Gustavo que havia conhecido Santa Isabel através de Jean Collard, teve a iniciativa de trazer para o município um novo polo da empresa Karibê. A tarefa não seria fácil, já que por aqui não havia mão de obra suficiente para ocupar todos os cargos disponíveis pela empresa na oportunidade.
Após encontrado o espaço adequado em um ponto próximo ao centro de Santa Isabel, após o período de obras finalizado, teve início a difícil missão de encontrar mão de obra para atuar nos cargos específicos oferecidos pela empresa.
Quando a mão de obra isabelense já estava esgotada, empregados de outros municípios da região e de outros estados ainda precisaram ser contratados a fim de atender toda a demanda empregatícia da Karibê. Hoje pode parecer surreal, mas Santa Isabel teve o período em que sobravam oportunidades de trabalho.
Para atender aos trabalhadores que vinham de fora para atuar na tecelagem da Karibê, a empresa construiu três edificações que se parecem com pequenos prédios. Os quartos disponibilizados aos empregados, eram chamados de alojamentos e serviam de moradia durante a semana para aqueles que moravam longe de Santa Isabel.
Enquanto isso, Jean Collard geria o setor de tecelagem da Karibê, ficando responsável pela produção local. Ele conhecia a fio todos os detalhes da empresa, cada funcionário e suas peculiaridades
A amplitude das instalações da Karibê permite que se denomine o local como Vale Karibê.
No município, o setor têxtil local começou a despontar ainda na década de 50, quando em 1956, a Indústria Paramount comprou a Fiação Cianflone, de Santa Isabel. Após incorporações, mudanças de nome e diversas passagens que culminaram no fechamento da empresa, ocorrido já na década de 80.
Em 1988, o Grupo Bunge comprara a Karibê e no final dos anos 1980, a demanda por produtos de fibra longa crescia. O grupo enfrentava um gargalo e todo esse tipo de produto era produzido na Unidade Belenzinho, em São Paulo, que operava no limite de fios para tricô, crochê e malharia.
A solução foi adquirir a Karibê, um dos maiores fornecedores de fibra longa do mercado nacional. A unidade isabelense fabricava cerca de 230 toneladas por ano de fios e confecções voltadas ao inverno. A unidade Belenzinho se concentrava nos produtos de verão, desafogando a produção. A Santista Têxteis (divisão do grupo Bunge) transferiu a produção do Belenzinho para Santa Isabel em 1992, antes de encerrar as atividades da unidade de SP.
Em 1995, a Paramount adquire a Karibê, de Santa Isabel. Em 31 de dezembro de 2004, houve uma reorganização societária que resultou na incorporação da Paramount Lansul pela sua controladora integral, a Karibê teve sua denominação social alterada para Paramount Têxteis Indústria e Comércio.

2 comentários:

  1. Trabalhei por muitos anos no escritório da Industria Têxtil Karibê, posso dizer com toda propriedade, jamais trabalhei numa empresa tão acolhedora, tão humana com os funcionários. Hoje com 75 anos ainda sinto o cheiro da tinturaria que era próximo ao escritório, a saudades de tudo e de todos é muito grande.
    Nos éramos uma grande família !?

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    1. Que bom. Minha mãe trabalhou na Karibê por mais de 30 anos. Não deve uma relação tão boa com a fábrica.
      Mas ela sustentou a gente, com o trabalho de anos por lá.
      Se quiser contar uma parte de sua história da fábrica têxtil, sou todo ouvidos.

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