sexta-feira, 30 de maio de 2025

Joaquim Bento de Arruda: o primeiro farmacêutico de Santa Isabel

Na vila de Santa Isabel, na falta de um farmacêutico, os curandeiros desempenhavam um papel importante na saúde dos moradores. Eram responsáveis pelo tratamento de doenças, através de benzeduras, rezas, chás, raízes e garrafadas. Até que em 9 de Fevereiro de 1891, a Inspetoria Geral de Higiene da Província de São Paulo, através de seu secretário, Doutor Pedro Afonso de Carvalho, autorizou o senhor Joaquim Bento de Arruda a estabelecer-se com uma farmácia na vila, assim registrou o jornal Correio Paulistano, em 17 de Fevereiro de 1891.
Joaquim Bento de Arruda era um farmacêutico prático, pois aprendeu a preparar as poções nas boticas da capital onde trabalhou, até construir sua própria botica. Escolheu a Vila de Santa Isabel depois de consultar inúmeros isabelenses que o procuravam para preparar suas receitas. Foi através de seu trabalho que conheceu o Coronel Bertoldo nos balcões das farmácias e lhe fez o primeiro convite para estabelecer-se em Santa Isabel, a vila necessitava de uma farmácia para atender a população.
O novo farmacêutico ganhou um imóvel para se estabelecer na cidade, ficava no Largo do Rosário, pertenceu ao Coronel Augusto de Camargo, conhecido como "Nhô-Nhô Pimenta", próspero proprietário de terras e edifícios na Vila e na cidade de São Paulo, cliente da farmácia onde Joaquim Bento de Arruda trabalhava.
Tão logo o novo farmacêutico chegou, foi apresentado a sociedade local e convidado a filiar-se no Partido Republicano Paulista (PRP), coordenado pelos irmãos: Coronel Bertoldo, presidente na época e o professor João Feliciano Ferreira da Silva, secretário. Ambos fundadores da organização política que governava Santa Isabel na época.
Nas eleições municipais de Agosto de 1892, Joaquim Bento de Arruda concorreu pela chapa situacionista a uma cadeira na Câmara dos Vereadores da Vila. Sagrou-se vitorioso juntamente com Coronel Bertoldo, Benedito Alvares de Freitas, Major Guilhermino, José Rodrigues do Prado e José Nobrega Soares. O ato de posse foi concorrido, as dependências eram pequenas para receber os convidados. Ocorreu no dia 2 de Setembro de 1893. A parte festiva ficou por conta da banda de música, sob a regência do maestro Avelino Alvim Pinto que escolheu as melhores músicas de seu repertório.
O major Joaquim Bento de Arruda, em Fevereiro de 1893, recebeu um agradecimento público do professor Fernandes Cardoso. Isso pela atenção que o fármaco dispensou a seu enteado José Manoel de Andrade, portador de uma doença grave, que mais tarde o levaria a morte. O elogio circulou no jornal Correio Paulistano de 13 de Fevereiro de 1893.
Em Abril 1894, Joaquim Bento de Arruda liderou na Vila, uma subscrição de ajuda aos filhos do General Carneiro, que passavam por dificuldades financeiras. O que é um tanto contraditório, visto que o exército, especialmente depois da Proclamação da República, tiveram muito benefícios para si e para os seus familiares. O valor arrecadado somou 2:005$000 (dois contos e cinco mil réis). A maior contribuição foi do Coronel Bertoldo, seguida pela do Doutor Paulo Martins, Joaquim Bento de Arruda e José Fernandes Cardoso. Assim registrou, o jornal Correio Paulistano de 6 de Abril de 1894.
O General Antônio Ernesto Gomes Carneiro (1846-1894), morreu no dia 9 de Fevereiro de 1894, dois dias após ter sido ferido durante o Cerco da Lapa, no Paraná. O general foi um dos principais personagens da Revolução Federalista (1893-1895), e é considerado um herói. Cerqueira Cesar, Paula Souza e Domingos de Moraes fizeram um apelo aos paulistas no intuito de arrecadar certa quantia aos filhos.
O major Joaquim Bento de Arruda, em 1898, para alcançar o diploma de farmacêuticos, vendeu a Botica Arruda, ao senhor João Torres, irmão do agricultor Manuel Giudice, filhos da viúva Maria de Sousa e Silva. O boticário retornou à capital para frequentar as aulas na Escola de Farmácia de São Paulo, promovida pelo Dr. Bráulio Joaquim Gomes.
Ele se consagrou como o primeiro farmacêutico com registro na Inspetoria Geral de Higiene da Província de São Paulo, conforme decreto n 169, de 18 de Janeiro de 1890.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Santa Isabel é uma ilha asfaltada, cercada de verde por todos os lados, por Mauro Morini

A cidade não tem um parque pra se fazer piquenique, caminhar, meditar, namorar. Não tem árvores nas ruas. Praças, tem três, pequenininhas: da Bandeira, Fernando Lopes e dos Expedicionários.
Vejo pessoas caminhando ou correndo na Marginal do Ribeirão Araraquara e acho uma judiação, que com tantos lugares bonitos ao redor e com eleições municipais acontecendo regularmente a cada quatro anos, a gente ainda não elegeu ninguém que além de fazer política pessoal, olhe com amor pra esta cidade.
Há quem diga que o centro não tem parque por estar espremido no meio de morros. Mas quem disse que um parque necessariamente tem que ser plano? No mínimo tem que ter cara de parque, senão fica que nem as nossas pracinhas. Então pergunto, porque não um parque linear? Pergunto e já digo que esse lugar existe, ou à revelia do poder publico, está sendo inventado.
A cada dia vejo mais e mais pessoas correndo, caminhando, andando de bicicletas pelos acostamentos da SP-56, quando poderíamos ter um parque linear entre as águas do ribeirão e o asfalto da rodovia, pelo menos do 13 de Maio até o Cantagalo. 2 quilômetros, se tanto. 
A SP-56 é o caminho da minha casa e passando por ali sempre penso cá com meus botões: Feliz é o turista que chega a Santa Isabel por esta estrada, porque a entrada oficial da cidade, a Variante, é um descalabro. Vi que mais uma vez estão mexendo no canteirinho central da Coronel Bertoldo, mas isso só não basta a uma cidade com pretensões turísticas.
Faço então um convite a você, caro leitor, e também aos membros do Comtur, pra  tirar a bunda da cadeira e vir ver na SP-56, como deve ser a entrada de uma cidade que se diz turística. Se tiver disposição, caminhe, corra ou vá de bicicleta pelo menos até a nossa divisa com Arujá. Dali pra diante não é a mesma coisa. Muda a paisagem, até o ar não parece o mesmo.
Por isso, fico triste quando vejo que, com um lugar tão bonito e praticamente no centro da cidade, pessoas que gostam ou por problemas de saúde. precisam correr e caminhar, tenham que fazer isso na Marginal do Araraquara, quando poderiam fazer isso inicialmente, pelo menos até o Cantagalo, ao lado do próprio Araraquara bem menos poluído e desfrutando uma paisagem de belos morros cobertos por belas reservas particulares de mata nativa preservada. Lugar bonito desses que enriquecem a alma. Lugar arejado como deve ser um parque.
A Marginal melhorou muito, mas ainda assim, não sei se é mais feia que a Variante. Arrisco dizer que há um empate. Olhando as pessoas a caminhar por ali, fico pensando se ao ver aqueles fundos de quintais, aquelas construções, muitas oficiais, com suas palafitas dentro do ribeirão, elas  não se perguntam por que nunca se respeitou aquela lei que antigamente se chamava “faixa da marinha”. Se você cidadão consciente reparar que unindo todos esses fundos de quintais, ali poderia haver um parque que hoje o centro da cidade não tem. Planejar é preciso, a cidade cresce, as necessidades são outras.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Figuras notáveis: Renata Rodrigues Pereira da Silva

Pedagoga de formação pela E.E Gabriela Freire Lobo e Professora pela Universidade de Guarulhos (Ung), Renata nasceu em Santa Isabel, onde passou toda a vida. Apaixonada pela  educação, sempre se fez presente nas causas educacionais, e promoveu projetos de educação inclusiva, onde descobriu a paixão por garantir que todos os alunos tivessem acesso ao ensino de qualidade.
Aprofundou os conhecimentos na área da acessibilidade, e cursou Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ao longo dos anos como professora da rede municipal de ensino, passou por diferentes escolas, como a do Funil, Teiji Kita, Pré-Centro e Novo Éden, além de aulas em Arujá e Suzano.
Com atuação inclusiva, ganhou o prêmio Nota Mil com um projeto de leitura nas escolas. Em 2015, deu à luz ao primeiro filho, Bernardo. Em 2017, iniciou a luta contra um câncer, do qual batalhou até 4 de março de 2020 quando, aos 41 anos, não resistiu. É com base na trajetória pela  educação municipal que a Prefeitura Municipal de Santa Isabel, por meio da secretaria de  Educação, homenageou Renata Rodrigues Pereira da Silva neste novo CEI.