quarta-feira, 10 de maio de 2017

(Espaço Aberto Arujá) Arujá: a história


Muitas pessoas falam sobre Arujá e sua relação com Santa Isabel. Entre as frases mais corriqueiras estão “a primeira era um bairro da segunda cidade”. Depois de uma curta pesquisa vi muitas coisas sobre a cidade, menos o que tantos isabelenses costumam falar. Sim, pois nunca ouvi que isso era um fato consumado sobre a cidade.
Arujá é uma antiga povoação situada a nordeste da capital, São Paulo. Ficando entre as serras da Cantareira e do Mar, às margens do Baquirivu-Guaçu, com acesso principal pela Rodovia Presidente Dutra. Seu nome é de origem tupi, e significa "abundantes de peixinhos barrigudinhos ou guarus".
O município surgiu com um simples traçado de uma estrada vicinal, que saía da Praça da Sé, passava pelo Brás, Penha, Guarulhos, Bonsucesso, Arujá até chegar ao Rio de Janeiro.
O caminho era usado por tropeiros que se dispersavam pela floresta à fora, sentido Vale do Paraíba - Rio de Janeiro. Conhecidos como "faisqueiros", esses homens eram os responsáveis pelo contato com os índios, além de extraírem ouro do Rio Jaguari, levando-o para Bonsucesso e de lá para Guarulhos. Até aí, boa parte do que foi dito lembra em alguns pontos a fazenda Morro Grande, que mais tarde se tornaria Santa Isabel.
A corrida pelo ouro foi só o ponto de partida para outros produtos. Como a extração de madeira, usada quase sempre para fonte de energia industrial das grandes metrópoles.
Assim como Santa Isabel, a vila de Arujá teve origem com uma pequena capela, de Senhor Bom Jesus, como seu padroeiro. A construção iniciou em 1781 pelas mãos de José de Carvalho Pinto e concluída por seu irmão, capitão João de Carvalho Pinto. Em 1852, passou a distrito do município de Mogi das Cruzes e transferido para Santa Isabel em 1944.
Com a extração sem controle de madeira, isso contribui com a devastação vegetal na região. Conforme investigação, em vários pontos da mancha vegetal, existiam sulcos retangulares caracterizando grandes covas, conhecidas como "carvoeiras". A queima de madeira em grande quantidade, coberta com capim e terra, com um respiro numa das extremidades, acontecia durante 3 dias ou mais, transformando a madeira em carvão vegetal.
Desse modo, nos séculos XIX e XX, a flora e a fauna foi quase que devastadas por inteiro. Enquanto isso, os próprios canteiros de assentamento das "carvoeiras" transformaram-se em moradias, inserindo grandes manchas de plantações de subsistência. Em consequência disso, deu-se a origem de maiores fazendas: cafeeiras, açucareiras, etc., contribuindo para o aparecimento das primeiras manchas urbanas, caracterizando um núcleo de comunidade que se concentrava na antiga estrada vicinal denominada Arujá-Bonsucesso, também conhecida como estrada São Paulo-Rio. Isso mostra como a cidade, desde bem cedo, lidou bem com certos problemas e os contornou.
Naquele período citado anteriormente do povoamento, no trecho que compreende ao lado da Igreja Senhor Bom Jesus de Arujá, suas margens seriam edificadas. Permanecendo assim, quando chegamos a década de 50 no século XX , quando Arujá foi elevada para a categoria de município, por Lei Estadual nº 5285, de 18 de fevereiro de 1959.
Na década de 50 ainda, surgiram os primeiros loteamentos da área central, que dariam origem aos primeiros condomínios. A expansão prosseguiu na década de 80. Outros empreendimentos envolveram a orla central da cidade tendendo para a direção norte e leste, sendo que esses loteamentos pertenciam à classe mais popular. Este avanço limitou-se no divisor de mananciais e nas superfícies íngremes, limitada a orla por uma barreira física.
Como vimos aqui, Arujá realmente tem uma ligação com Santa Isabel. Só que ainda erramos muito sobre como esse elo ocorreu. Primeiro, como já disse pois nem sequer sabemos direito sobre nossa própria história. Segundo, diferente da cidade de Arujá, nós não reparamos nossas falhas.
A partir dos anos 90, além do Centro Industrial, da arborização, dos clubes de lazer e esportes e de dois golf clubes, Arujá toma novo impulso com a implantação de novos condomínios horizontais, aumentando a qualidade de vida. Desde 19 de abril de 1985, Arujá adotou o codinome "Cidade Natureza". Notamos assim, que não somente estão melhorando financeiramente, como qualidade de vida. E não necessitamos olhar nenhum índice de qualidade para isso. Só observamos a cidade.

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