Era assim que o Dr. Virgílio Frúgoli chamava o prefeito José Basílio Alvarenga que nasceu em Silvianópolis, Minas Gerai, e chegou à Santa Isabel em 1941 para administrar a “Fazenda Cascata” de propriedade do sogro Dr. Mario Cordeiro da Costa, Juiz de Direito no estado do Rio de Janeiro.
As terras pertenceram ao Dr. Armindo Freire, genro do Cel. Bertoldo e que fora Promotor de Justiça em Santa Isabel.
Farmacêutico de formação, graduado na “Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas”, atual UNIFAL, lá conheceu a paulistana Dona Jurema Costa Alvarenga, aluna da Faculdade de Letras, veio o namoro, o casamento e dessa união os filhos: Nirlando e Gerson Costa Alvarenga, advogados, Nirlando era, também, oficial das Forças Armadas.
Para ajudá-lo na administracao da “Fazenda Cascata”, trouxe conterrâneos e amigos que sonhavam com oportunidades e futuro melhor para os filhos.
Além da administração da fazenda, ele adquiriu do Sr. Renato Oliveira a Farmácia Santa Isabel, o proprietário decidiu deixar a cidade para residir em São Bernardo do Campo.
Para associar-se na gerência da botica, trouxe o concunhado Dário de Almeida, casado com Dona Ligia, irmã da Dona Jurema, mais tarde veio o cunhado Oldon Cordeiro da Costa, aposentado da Marinha Brasileira.
A fazenda cresceu na produção agrícola e pecuária: milho, feijão, cana, gado leiteiro e de corte, a produção era distribuída na capital e região.
Santa Isabel era conhecida pela produção de carvão vegetal, farinha e cachaça, de sorte que veio a ideia da criação de um selo para a distribuição da “Caninha Neblina”, foi um sucesso na cidade, região e capital. A entrega na cidade se tornou “hobby” para o Alvarenga, ele fazia isso pessoalmente.
Os ruralistas ganharam um líder, a situação das estradas rurais era calamitosa, no período chuvoso o leite azedava nos latões, os caminhões não chegavam para a coleta, a solução seria eleger alguém que fosse a voz dos ruralistas.
Em 1951 se candidatou à vereador na chapa oposicionista de Artur da Costa, a vitória na câmara veio depois de um empate com o Dito Leite, o critério da idade favoreceu ao Alvarenga que era quatro meses mais velho.
Na câmara costurou alianças com vereadores dos distritos de Arujá e Igaratá com o compromisso de empenhar-se na emancipação de ambos, aproximou-se do prefeito eleito Zico Lobo, e obteve conquistas como: instalação da Casa da Lavoura e atenção às estradas, mas o objetivo maior seria eleger-se prefeito com apoio do eleitorado da zona rural, assim, em 1955 ganhou a prefeitura de Santa Isabel.
O início da administração foi voltado à zona rural, adquiriu um caminhão M. Benz Zero Km e uma motoniveladora Caterpillar para nivelar e abrir novas estradas, criou o cargo de conserveiro de estradas municipais, os ocupantes residiam no bairro.
Criou a Empresa Elétrica para comprar energia da Light & Power e inaugurou em Santa Isabel e Arujá a nova iluminação domiciliar e de rua, instalou o Ginásio Estadual, custeando o transporte e hospedagem de professores que vinham de outras cidades, criou escolas rurais, concluiu o acesso à Via Dutra.
No derradeiro ano de mandato liderou o processo de emancipação de Arujá. A emancipação de Igaratá ocorreu no mandato do seu antecessor, Zico Lobo.
A liderança política do Alvarenga era incontestável, fez o sucessor João Pires Filho e retornou à Prefeitura em 1964, cujo mandato foi concluído pelo seu vice Osvaldo Pinto, Alvarenga faleceu em 1965, deixando um legado de obras e realizações que permanecem no coração e na memória daqueles que o conheceram.
Hoje ele empresta seu nome a uma importante rua da cidade.
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