domingo, 19 de abril de 2020

Lendas de Santa Isabel: Lobisomem

O Lobisomem é sétimo filho de um casal que só tem filhos homens. Se alguém for arranhado por ele, poderá adquirir a maldição. Neste caso o primeiro descansará e o segundo passará a cumprir o horrível destino.
É difícil se livrar dessa sina. No exemplo dos sete irmãos, o primeiro deve batizar o último ou este receber o nome de Bento para evitar que se transforme em Lobisomem.
O Lobisomem seria um cachorro grande, preto, cuja parte dianteira é mais baixa que a traseira. Por tal motivo, quem vira Lobisomem tem os cotovelos cheios de calos de tanto se arrastar pelo chão. Também quem é Lobisomem tem cor amarela muito pálida. É dito que em seus dentes costumam achar fiapos de cobertor. Se a mulher desconfia que o marido é um deles, pode quebrar o encanto, socando sua roupa no pilão, três vezes, dizendo seu nome a cada batida.
Os dias propícios para sua aparição são as quartas e sexta-feiras, principalmente de quaresma, após as 6 horas da tarde. Gosta de atropelar gente e de comer criança, bicho sujo, galinha, porco e sal. Procura estrume de galinha e carvão na caieira, para se espojar. Na noite de lua cheia é que gosta de assombrar. Na verdade, ele não faz mal as pessoas a menos que seja mulher gorda (mulher grávida, que está esperando filho) porque quer lhe tirar a criança.
Para se livrar do Lobisomem, deve-se lhe oferecer reza ou chumbo. Há duas espécies: o morto ou vivo. Se for o morto, a reza já afasta. Caso contrário, deve-se dizer "Vai chumbo, Lobisomem" e ele sairá correndo de medo. Uma oração forte como o Credo, acompanhado de Alma de Cristo, pode proteger e afastar o morto.
Por vezes, ser Lobisomem é uma penitência que a pessoa tem que pagar e por esse motivo não gosta que lhe tirem essa missão. Para se saber se é Lobisomem, basta prometer três punhados de sal, pois, se for, no dia seguinte retornará.
Minha avó tinha ido jogar água fora, no terreiro. Quando notou um grande cão negro na mata. Hoje em dia na cidade, existem muitos cães. Naquela época no entanto, não era tão comum. E isso assustou a família.
Um primo de minha avó dizia ser lobisomem. Na verdade, minha família, os Caraça, tem um histórico grande de avistamento de Lobisomem.

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